Ibovespa sobe com EUA-China e primeira discussão de programa de estímulos da UE; dólar cai a R$ 5,35
junho 19, 2020SÃO PAULO – O Ibovespa opera em alta alta nesta sexta-feira (19) com os investidores repercutindo a reunião dos líderes das 27 economias da União Europeia para discutir um programa de estímulo de 750 bilhões de euros (equivalente a US$ 840 bilhões) para ajudar no processo de recuperação econômica das economias da região.
Não houve consenso sobre um acordo. Porém, Michel Michel, chefe da Comissão Europeia, disse que a primeira discussão foi bastante positiva e que muitos líderes destacaram que um acordo será atingido em breve, até agosto.
Ainda em destaque, estão as notícias sobre as negociações entre EUA-China. Na quinta-feira, o presidente americano, Donald Trump, ameaçou mais uma vez cortar os laços com a China, embora o próprio representante comercial dos Estados Unidos, tenha sugerido que isso seria uma medida inviável.
Por outro lado, a China disse que planeja acelerar compras de produtos agrícolas americanos para cumprir o acordo comercial da primeira fase, o que repercutiu positivamente nos índices futuros americanos.
Também lá fora, o mercado americano tem hoje o vencimento quádruplo de futuros e opções de índices e ações, o que pode gerar volatilidade nas bolsas.
Às 10h10 (horário de Brasília) o Ibovespa tinha alta de 1,26% a 97.336 pontos.
Enquanto isso, o dólar comercial cai 0,37% a R$ 5,3489 na compra e a R$ 5,3514 na venda. Já o dólar futuro para julho opera em queda de 0,88% a R$ 5,336.
No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2022 cai dois pontos-base a 3,08%, DI para janeiro de 2023 tem queda de quatro pontos-base a 4,20% e o DI para janeiro de 2025 recua cinco pontos-base a 5,82%.
No Brasil, o cenário político é dominado pela repercussão da prisão ontem de Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), em Atibaia (SP). Também ontem o ministro da Educação, Abraham Weintraub, anunciou sua demissão e deve ser indicado para a vaga brasileira no Banco Mundial.
Âncora fiscal
O Ministério da Economia prepara um plano para estabelecer mais uma âncora fiscal para o país. Dessa vez, seria a vez do endividamento público, segundo reportagem do jornal “Folha de S.Paulo“.
A ideia será apresentada pela equipe econômica a Paulo Guedes. O Brasil já conta hoje com duas âncoras fiscais: as metas de inflação e a meta de resultado primário.
O objetivo é sinalizar a investidores que o governo segue empenhado com o ajuste fiscal. O endividamento deve terminar o ano em torno de 92% do PIB. A ideia é estabelecer formas de reduzir essa dívida a partir do próximo ano.
Tensão política
O governo de Jair Bolsonaro precisa lidar com mais uma crise que levou para dentro do Palácio do Planalto. Dessa vez, encarar o envolvimento do advogado da família, Frederick Wassef, com Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flavio Bolsonaro (Republicanos-RJ) e suspeito de envolvimento em um esquema de “rachadinhas” na Assembleia Legislativa.
Queiroz foi preso na quinta pela manhã em um imóvel de Wassef, onde estaria há mais de um ano.
Na noite de quinta-feira, em transmissão pela internet, Bolsonaro afirmou que Queiroz não estava foragido e não havia mandado de prisão contra ele e que, por isso, a prisão do ex-assessor do filho havia sido “espetaculosa”.
Junto a essa crise, o governo lida ainda com o inquérito das fake news em curso no Supremo Tribunal Federal (STF), os pedidos de cassação da chapa, investigações sobre a interferência na Polícia Federal e o avanço do coronavírus no país, quando o número de casos confirmados se aproxima da marca de 1 milhão e o de mortes já totaliza mais de 47 mil. Há mais de um mês o Ministério da Saúde está sem ministro.
Panorama corporativo
Mais uma oferta de ações está em preparação. A Metalfrio anunciou, na quinta-feira à noite, que considera realizar uma oferta pública de ações.
O BTG Pactual, Santander, Bradesco BBI e BB Banco de Investimentos foram contratados para atuarem como coordenadores. Ainda não há definição sobre volume ou o cronograma da oferta.
E apesar do avanço do coronavírus no país, a CVC espera retomar 100% das suas atividades a partir de 1º de julho. Segundo o jornal “Valor Econômico”, Leonel Andrade, presidente da CVC, disse que o grupo aproveitou a quarentena para acelerar a digitalização da companhia.
A companhia também prepara um plano de capitalização que, segundo estimativas de mercado, pode chegar a R$ 1 bilhão. Andrade espera ter uma conclusão desse plano nos próximos 15 dias.
A CVC começou a reabrir lojas neste mês. Na quarta-feira, eram 928. Ao todo, são 1.400.
Já o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), anunciou na quinta-feira que o novo marco regulatório do saneamento básico deverá ser votado, em plenário virtual, na próxima quarta-feira.
O projeto abre caminho para a privatização do serviço e estabelece metas a serem cumpridas para os próximos anos. O texto já foi aprovado pela Câmara.
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