Renda fixa dos EUA mitiga riscos locais na carteira de brasileiros, diz Howard Marks

Renda fixa dos EUA mitiga riscos locais na carteira de brasileiros, diz Howard Marks

janeiro 20, 2024 Off Por Today Newsroom






Renda fixa internacional, além de diversificação para o portfólio de brasileiros, também adiciona estabilidade em meio a ativos locais, que são mais voláteis. Esta é a opinião de Howard Marks, cofundador da Oaktree Capital Management.  

Durante o Onde Investir 2024, evento online gratuito promovido pelo InfoMoney entre os dias 15 e 19 de janeiro, Marks afirmou que vê grande futuro para o país, mas que o Brasil sempre foi muito volátil e, para quem investe exclusivamente em ativos locais, há muitos altos e baixos que aumentam os riscos.  

A renda fixa internacional é vista por ele como um mitigador de perdas, ao garantir um nível razoável de retorno com exposição a economia que é considerada a mais segura do mundo, seja por meio de papéis públicos ou privados.  

“Se você investir em títulos de alto rendimento dos EUA, pode obter algo em torno de 8% ao ano de forma confiável, mas não todo o ano. Em alguns anos mais, em outros, menos, mas ao longo da vida dos títulos será 8%. Acho que esse é um bom número”, diz Marks.  

Ele pondera, entretanto, que é importante ter clareza de que, no Brasil, é possível conseguir retornos maiores do que os 8% estimados para os EUA, mas quando se busca maior segurança, estabilidade e diversificação, é necessário abrir mão de algo.  

“Isso significa não ter a expectativa de ganhar toda a recompensa que se ganharia sem a diversificação. É uma troca de vantagens no retorno para ter proteção contra a volatilidade”, diz o cofundador da Oaktree.  

A Oaktree é representada pela Gama Investimentos no Brasil, gestora do grupo HMC Capital. Eles estruturam fundos locais que replicam as estratégias da norte-americana. Marks afirma ter diversos clientes brasileiros e a principal estratégia para eles é a de diversificação de ativos e localidades.  

Fator dólar  

Se a renda fixa traz estabilidade, o dólar é um contraponto para esses títulos internacionais. Embora o investidor tenha a segurança de estar exposto a uma economia forte, com títulos de boas classificações de crédito e bons retornos, a variação cambial não é algo que se possa prever ou garantir.  

E Marks destaca que o câmbio terá impacto, mas não tem como saber previamente qual será. “Pode ser um impacto positivo ou negativo. Não dá para ganhar 8%, 10%, 12% nos mercados sem assumir incertezas e riscos. A questão é: de que maneira você quer assumir esses riscos”, diz.  

Para mitigar essas questões, o investidor indica a busca por boas empresas, de bons fundamentos, seja para a alocação em ações ou em renda fixa privada. Segundo ele, é importante encontrar companhias que “pegarão o dinheiro emprestado, mas devolverão conforme o prometido”.  

“Não acredito em comprar títulos porque você acha que eles vão subir. Você compra porque quer ser um participante de longo prazo naquele instrumento e naquela empresa. Especular para obter lucros de curto prazo é, para mim, um grande erro”, diz Marks.  

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