Juros longos caem apesar de nova alta dos yields dos Treasuries de 10 anos

Juros longos caem apesar de nova alta dos yields dos Treasuries de 10 anos

janeiro 20, 2024 Off Por Today Newsroom






SÃO PAULO (Reuters) – As taxas dos DIs com prazos mais longos emplacaram a segunda sessão consecutiva de queda no Brasil nesta sexta-feira, ainda que no exterior o rendimento do título norte-americano de dez anos tenha voltado a subir, com investidores dando continuidade ao movimento de redução de apostas de que o Federal Reserve iniciará o ciclo de corte de juros em março.

As taxas curtas, por sua vez, encerraram em leve alta no Brasil.

Antes mesmo da abertura dos negócios, a Fundação Getulio Vargas (FGV) informou que o Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) subiu 0,74% em dezembro, acelerando ante o 0,59% de novembro, em resultado que ficou acima da expectativa de pesquisa da Reuters, de avanço de 0,66%. No acumulado de 2023, o indicador caiu 3,18% — a menor taxa da série histórica.

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Já o Banco Central informou que seu Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) teve variação positiva de 0,01% em novembro, na comparação com o mês anterior, segundo dado dessazonalizado. O resultado do mês ficou bem abaixo da expectativa em pesquisa da Reuters, de avanço de 0,10%, mas interrompe três meses seguidos em território negativo.

Os dados do IGP-M e do IBC-Br pouco influenciaram os negócios na curva a termo brasileira, que no início do dia reagia mais diretamente ao ambiente externo. No fim da manhã, o rendimento do Treasury de dez anos — referência global de investimentos — escalou patamares mais elevados, com investidores ainda repercutindo falas de autoridades e dados econômicos recentes que indicam possibilidade maior de o Fed não cortar juros em março.

No Brasil, a taxa do DI (Depósito Interfinanceiro) para 2027 atingiu o patamar máximo do dia às 11h43, ao subir cerca de 6 pontos-base em relação ao ajuste da véspera. No restante da sessão, no entanto, as taxas perderam força e migraram para o território negativo no caso dos contratos intermediários e longos, a despeito de os yields do Treasury de dez anos seguirem em alta.

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Profissional ouvido pela Reuters ponderou que, no mercado brasileiro, parece haver uma “torcida” para que o Fed de fato corte juros em março, apesar de as apostas neste sentido estarem caindo desde o início do ano na curva norte-americana.

Segundo ele, o corte de juros pelo Fed em março poderia “salvar” as apostas de que, no Brasil, a taxa básica Selic poderá chegar a menos de 9% ao ano no atual ciclo. Alguns grandes fundos seguem posicionados neste sentido, apesar da recente mudança de cenário nos EUA.

Assim, no fim da tarde a taxa do DI para janeiro de 2025 estava em 10,115%, ante 10,094% do ajuste anterior, enquanto a taxa do DI para janeiro de 2026 estava em 9,775%, ante 9,759% do ajuste anterior.

Já a taxa para janeiro de 2027 estava em 9,905%, ante 9,929%, enquanto a taxa para janeiro de 2028 estava em 10,155%, ante 10,187%. O contrato para janeiro de 2031 marcava 10,56%, ante 10,616%.

Perto do fechamento a curva a termo precificava 100% de chances de o corte da taxa básica Selic no fim de janeiro ser de 0,50 ponto percentual. Atualmente a Selic está em 11,75% ao ano.

Às 16:39 (de Brasília), o rendimento do Treasury de dez anos — referência global para decisões de investimento — subia 0,30 ponto-base, a 4,1475%.

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