Tônica da Marisa daqui para frente será melhora de margem, diz CEO

Tônica da Marisa daqui para frente será melhora de margem, diz CEO

novembro 17, 2023 Off Por Today Newsroom

“Desta vez, parece que o mercado entendeu.” Foi assim que o CEO das Lojas Marisa, João Nogueira Batista, reagiu à constatação de que a ação da companhia AMAR3 fechou em alta de 0,90%, na sessão após a empresa anunciar um prejuízo líquido de R$ 196,4 milhões, 92,4% maior do que o observado em igual período do ano passado. “A última linha veio ruim, mas nós mostramos uma mudança estrutural na companhia, e agora a perspectiva é excelente”, afirma.

O que o mercado achava que era um “problemaço”, segundo o executivo, era a falta de acesso a crédito, tanto junto ao mercado financeiro quanto a fornecedores. Esse problema, afirma o CEO, foi superado. A nova tônica agora, afirma, é a “cultura de performance”: melhora da margem da operação.

João Nogueira Batista, CEO da Marisa (Divulgação)

A Marisa fechou, nos últimos meses, 89 lojas que não eram lucrativas. Agora, com a situação financeira equacionada, o foco será investir no parque de 245 lojas, de forma a melhorar a relação venda por metro quadrado. “Vamos voltar a investir em marketing, na experiência do cliente”, resume.

O terceiro trimestre refletiu o esforço da companhia de colocar a casa em ordem. Sem acesso a crédito, a empresa precisou negociar diretamente com fornecedores e locadores dos imóveis – conjunto de empresas que também foram afetadas pela crise do varejo. E isso comprometeu a capacidade desses fornecedores entregarem os produtos já no fim do segundo trimestre e ao longo do terceiro.  A consequência foi uma queda das vendas no conceito mesmas lojas de 36%.

A despeito dessa situação – que está 95% normalizada, segundo Nogueira Batista -, o ponto de destaque do balanço veio da redução de despesas. E, principalmente, da mudança na dinâmica de crédito e capital de giro. “Essa foi a grande novidade conquistada no trimestre passado”, diz o executivo.

A empresa obteve uma linha de crédito de R$ 65 milhões junto ao BTG, dando como garantia seus direitos creditórios, que somam cerca de R$ 800 milhões. Também conta com a captação de cerca de R$ 310 milhões pela parceria feita junto à Credsystem, sendo R$ 220 milhões já garantidos para 2023 e outros R$ 90 milhões previstos para o ano que vem. Com isso, a companhia conseguiu zerar a dívida bancária de curto prazo e alongar o perfil do seu endividamento.

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“O terceiro trimestre é a consequência planejada do que era necessário fazer. Mas isso ficou para trás. A nova fase será de ganho de eficiência, produtividade e otimização”, resume Nogueira Batista.

Concorrência

A ameaça das asiáticas, importante pedra no sapato das varejistas de moda brasileiras por causa da isenção do imposto de importação concedida pelo governo, preocupa menos o executivo neste momento. Isso porque ele diz estar convicto de que a tarifa será restabelecida. “Ouvi isso do próprio ministro da Fazenda, não tenho por que trabalhar com um cenário diferente desse”, afirma.

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