Tesouro Direto: piso mínimo de prefixados recua para 10,61%, à espera de decisão sobre meta de 2024
novembro 8, 2023A quarta-feira (8) é de recuo nos juros oferecidos por títulos do Tesouro Direto ao longo de todos os vencimentos, na segunda atualização do dia. A queda chega até 23 pontos-base (0,23 ponto percentual), em alguns casos.
Sem novidades no front externo, após Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed, banco central americano), não comentar sobre política monetária durante evento pela manhã, as atenções estão voltadas para o cenário local.
O destaque permanece em eventuais mudanças na meta do ano que vem. O relator da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2024, deputado Danilo Forte (União-CE), afirmou ontem (7) que o governo avalia a possibilidade de pedir uma revisão da meta fiscal zero no ano que vem. A decisão deve ser tomada até a próxima semana.
A ideia é que o Ministério da Fazenda elabore, nos próximos dias, estudos que embasem a decisão sobre a nova meta fiscal. A pasta, no entanto, deseja ver a medida provisória ou o projeto de lei que muda as regras para subvenções via ICMS avançar no Congresso Nacional.
A proposição é hoje a principal aposta de Fernando Haddad, ministro da Fazenda, para elevar as receitas para o ano que vem e reduzir a pressão por uma alteração maior na meta fiscal.
A semana é agitada no campo político. A Proposta de Emenda à Constituição da reforma tributária, que foi aprovada ontem (7) na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, deve ser apreciada pelo plenário da Casa hoje.
O dia é de queda nos juros futuros, assim como na maior parte dos rendimentos dos títulos do Tesouro americano (Treasuries).
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No Tesouro Direto, os maiores recuos são registrados por prefixados, com destaque para o papel com vencimento em 2029, que via a taxa cair de 11,36%, na sessão anterior, para 11,13%, na segunda atualização do dia.
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Já entre os papéis atrelados à inflação, o juro real mais elevado era entregue pelo Tesouro IPCA+2045, no valor de 5,85%, abaixo dos 5,89% da véspera (7).
Confira os preços e as taxas dos títulos públicos disponíveis para compra no Tesouro Direto na manhã desta quarta-feira (8):
Ruídos sobre a meta
A aprovação do parecer preliminar do Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) de 2024 ontem (7) pela Comissão Mista de Orçamento (CMO) do Congresso Nacional com meta fiscal de déficit zero no ano que vem deu mais tempo para o Ministério da Fazenda na batalha pelo equilíbrio das contas públicas, mas não é garantia de que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) desistiu da ideia de flexibilizar o objetivo estabelecido.
Com a votação na CMO, o governo não tem mais a opção de enviar mensagem presidencial para modificar a meta de déficit zero em 2024. A ideia era defendida internamente por alguns integrantes do Palácio do Planalto, temerários com os riscos de o atual objetivo estabelecido resultar em um elevado contingenciamento no próximo exercício orçamentário em pleno ano eleitoral. Mas acabou não prosperando em meio à repercussão negativa de sinalizações atabalhoadas de mudanças.
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Agora, caso queira modificar a meta fiscal − cenário ainda visto como o mais provável em Brasília −, o governo precisará lançar mão de outros instrumentos. O principal deles envolve o patrocínio a uma emenda a ser apresentada por congressista aliado sugerindo a alteração. Nesta hipótese, o prazo para que o movimento seja feito é até as 18h de 16 de novembro. Depois disso, é feito o relatório final, que deve ser entregue em 19 de novembro e votado na comissão no dia 22.
Alta no varejo é concentrada
A desaceleração da inflação e o crescimento da renda, suportado por um mercado de trabalho ainda aquecido, tem contribuído para uma resiliência nas vendas do varejo, mesmo num momento em que o impacto da taxa de juros em patamares altos tem aparecido em diversos indicadores. Os economistas destacam que o desempenho do comercio varejista manteve a tendência de aquecimento nos segmentos sensíveis à renda e de contenção naqueles mais dependentes do crédito.
Segundo os dados do IBGE, as vendas no varejo ampliado – que inclui veículos, materiais de construção e atacarejo – subiram apenas 0,2% em setembro na comparação com agosto. No conceito restrito, que exclui esses segmentos, a alta foi de 0,6%.
Claudia Moreno, economista do C6 Bank, comenta que a leve alta no varejo ampliado superou sua estimativa de queda de 0,1% no mês e que a principal surpresa negativa do mês veio do segmento de atacarejo. Na comparação anual, as vendas subiram 7%, ante projeção de alta de 11,6%.
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