Magalu (MGLU3) salta mais de 20%, Casas Bahia (BHIA3) sobe 13% e mais varejistas disparam com cenário para juros
novembro 7, 2023As ações de empresas que registram forte queda no acumulado do ano ligadas à economia doméstica e sensíveis a juros registram uma sessão de disparada na sessão desta terça-feira (7).
Às 16h30 (horário de Brasília), os ativos do Magazine Luiza (MGLU3) subiam 22,38%, a R$ 1,75, enquanto Casas Bahia (BHIA3) avançava 13,73%, a R$ 0,58.
Grupo Soma (SOMA3) saltava 7,94%, a R$ 5,98, enquanto Arezzo (ARZZ3) tinha ganhos de 7,53%, a R$ 63,57, Lojas Renner (LREN3) disparava 6,03%, a R$ 13,37.
Contudo, vale ressaltar que no acumulado do ano os papéis têm baixa de ao menos 19%, sendo que BHIA3 acumula queda de 76% apesar da disparada na sessão.
O movimento ocorre diante de sinais de que haverá ao menos mais dois cortes de meio ponto porcentual na Selic em dezembro e em janeiro, após a divulgação da ata do Comitê de Política Monetária (Copom) e em meio a falas do presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto. Os juros futuros e o dólar caem, neste ambiente.
Apesar da ata considerada mais dura (hawkish), Campos Neto disse nesta terça-feira que o Comitê de Política Monetária (Copom) ainda enxerga o ritmo de corte de juros de 0,50 ponto percentual como adequado e que tem visibilidade suficiente para prever a manutenção desse passo pelo menos nas próximas duas reuniões.
Andre Fernandes, head de renda variável e sócio da A7 Capital, aponta que a ata do Copom não trouxe muita novidade, além de estar defasada, pois não trouxe os dados de emprego nos EUA (o payroll), que foi divulgado na sexta-feira, mostrando um mercado de trabalho menos aquecido nos EUA, e com isso aumentando as expectativas do mercado de que o Federal Reserve não vai mais subir juros, e já precificando um corte para maio de 2024.
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“Isso reforça que o caminho para seguir os cortes de juros na Selic está bem pavimentado. Fica a dúvida, na minha visão, em relação ao tamanho do corte, mas por enquanto o mercado contrata cortes de 0,50 ponto”, avalia.
“Com isso, as ações mais sensíveis a mudanças nas taxas de juros estão entre as maiores altas do dia, e nesse caso, o setor de varejo está despontando, pois é um setor que ‘apanhou’ demais nos últimos anos e estão extremamente depreciados. Portanto, fica claro que qualquer notícia que reforce que os cortes da Selic devam continuar, e talvez até aumentar o ritmo, reflete positivamente nas ações”, aponta o especialista. Empresas de educação e do setor de construção também estão entre as maiores altas da sessão.
Ainda em destaque, está a redução de temores sobre a saúde fiscal do país, depois que a Folha de S. Paulo informou em reportagem que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva descartou o envio nesta semana de uma mensagem para modificar a proposta de meta fiscal de 2024. A decisão daria mais tempo ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para tentar convencer o restante do governo a postergar uma eventual flexibilização do objetivo fiscal.
Com isso, os juros futuros tinham um dia de queda, com o contrato para janeiro de 2028 em queda de 16 pontos-base, para 10,98%, enquanto para janeiro de 2030 tinha queda de 17 pontos-base, para 11,13%.
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