Ações da BRF (BRFS3) caem 6,7% após conclusão do follow-on; analistas revisam estimativas

Ações da BRF (BRFS3) caem 6,7% após conclusão do follow-on; analistas revisam estimativas

julho 14, 2023 Off Por Today Newsroom

As ações da BRF (BRFS3) registraram uma sessão de queda após a conclusão da oferta de ações.  Os papéis fecharam em baixa de 6,71%, a R$ 8,90, no pregão desta sexta-feira (14), em uma sessão de baixa do Ibovespa, com queda de 1,30%.

A dona da Sadia e Perdigão levantou R$ 5,4 bilhões na oferta subsequente, que concretiza investimento da saudita Salic e da Marfrig na companhia brasileira.

A demanda pela oferta foi 20% maior que a prevista; com a demanda extra na operação, a acionista de referência Marfrig (MRFG3) permaneceu com 33,3% do capital da dona da Sadia, ante uma expectativa do mercado de que a empresa fundada e controlada por Marcos Molina montasse uma posição acima de um terço do capital.

A BRF informou ter vendido 600 milhões de novas ações a R$ 9 por ação, um desconto de 5,6% em relação ao preço de fechamento de quinta-feira, com s recursos sendo utilizados para reduzir sua dívida, em meio a uma alta alavancagem financeira.

Com o follow-on, a empresa estima recuo de 1,3 vez em sua alavancagem (relação entre dívida líquida e Ebitda, ou lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações). No fim do primeiro trimestre do ano, o índice estava em 3,35 vezes.

Os bancos JPMorgan, Bradesco BBI, BTG Pactual, Citi, Itaú BBA, Banco Safra, UBS BB e XP Investimentos coordenaram a oferta.

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A Guide Investimentos avalia que a conclusão da oferta é positiva para a BRF. Além de reduzir o “overhang” (pressão negativa) sobre a ação, a captação ajuda a reduzir o endividamento da empresa, que era visto como um ponto de atenção pelos investidores.

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“O menor peso da dívida junto com menor pressão de custos (em função da queda no preço dos grãos) devem favorecer os resultados da BRF nos próximos trimestres”, afirma.

Já o Goldman Sachs elevou o preço-alvo das ações de R$ 6,20 para R$ 6,90, ou baixa de 28% em relação ao fechamento da véspera, mantendo assim recomendação de venda para os ativos.

A elevação do preço-alvo pelo Goldman ocorre com a atualização do modelo para incorporar os procedimentos da oferta, com projeção de melhora das despesas financeiras líquidas em cerca de R$ 500 milhões por ano, e agora o banco vê a empresa fechando 2023 com alavancagem de 2,4 vezes.

“De acordo com os registros da empresa, a Marfrig subscreveu a totalidade de sua participação proporcional na oferta prioritária, de forma que sua fatia se manteve. Já a Salic adquiriu uma participação de 10,7% na empresa (adquirindo 30% do novo capital). Outros acionistas levaram
os 37% restantes da oferta”, reforça o banco.

O Goldman segue com recomendação de venda para as ações BRFS3 uma vez que, apesar de reconhecer uma melhora da estrutura de capital após a conclusão do follow-on, continua a ver desafios e um longo caminho para a geração de fluxo de caixa livre positivo, já que a concorrência parece ser intensificada local e globalmente, enquanto a demanda continua volátil.

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Ao mesmo tempo, o banco cita que o Brasil continua relatando dados de gripe aviária diariamente em todo o território (63 casos em 7 estados relatados, sendo que 2 casos em ave doméstica em análise nos estados de Santa Catarina e Espírito Santo, que juntos respondem por 22% das exportações brasileiras de frango).

Com a BRF potencialmente gastando mais R$ 1,2 bilhão em caixa este ano e riscos materiais de queda para as expectativas de consenso (a previsão do banco para o Ebitda da companhia para 2023 está 13% abaixo da Bloomberg), os analistas destacaram melhores perfis de risco-recompensa em Minerva (BEEF3) e JBS (JBSS3), ambas com recomendação de compra pelo banco.

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