Via Varejo desaba até 9% com possível oferta de ações e B2W cai apesar de bom resultado; bancos, Petrobras e Vale sobem

Via Varejo desaba até 9% com possível oferta de ações e B2W cai apesar de bom resultado; bancos, Petrobras e Vale sobem

maio 8, 2020 Off Por Today Newsroom

SÃO PAULO – A sessão é de recuperação para a bolsa brasileira, com destaque para a alta das ações de bancos, com Bradesco (BBDC3;BBDC4), Itaú Unibanco (ITUB4), Banco do Brasil (BBAS3) e Santander Brasil (SANB11) em alta entre 2% e 3% após registrarem queda na véspera. Nesta sessão, os investidores acompanham principalmente o alívio na tensão entre EUA e China, o que impulsiona as bolsas internacionais.

Empresas ligadas a commodities, caso de Vale (VALE3) e Petrobras (PETR3;PETR4), além de siderúrgicas também registram ganhos, com sinais de reabertura das economias na Europa e em alguns lugares nos EUA. O petróleo, por sinal, sobe cerca de 3% (o WTI e o brent). Klabin (KLBN11) e Suzano (SUZB3), que subiram forte com recomendações e em meio à alta do dólar na véspera, seguem em alta.

Ainda sobre Petrobras, a estatal também está em destaque após o Bradesco BBI elevar a recomendação da Petrobras de neutra para outperform, enquanto o Bolsonaro diz que vai questionar a estatal sobre o reajuste da gasolina em 12%.

Por outro lado, o maior destaque de queda fica com as ações da Via Varejo (VVAR3), com baixa de até 9%. A ação foi a maior alta do Ibovespa em abril, com ganhos superiores a 73% no período.

A temporada de resultados também segue movimentada, com destaque para os resultados do primeiro trimestre de Lojas Americanas (LAME4) e B2W (BTOW3). Apesar de números considerados positivos, a ação da B2W tem queda de mais de 3%. Conforme destaca a equipe de análise da Levante Ideias de Investimento, o bom resultado da B2W já está precificado, pois as ações tiveram forte alta de 19,1% na quarta-feira, quando foram divulgados os números do Mercado Livre.

Confira os destaques:

 

O banco Bradesco BBI elevou a recomendação da Petrobras de neutra para outperform – média acima do mercado – citando as rápidas mudanças que acontecem no mercado do petróleo em maio, provocadas em parte pela retomada das economias da Ásia e de algumas europeias, que começam a se recuperar dos impactos da epidemia da Covid-19, em parte pela redução na produção do petróleo, que está levando a uma recuperação dos preços do barril.

“Nós também elevamos o preço-alvo do ADR da Petrobras de US$ 8,00 para US$ 11,00 em 2020. Nós vemos a Petrobras bem posicionada para aumentar suas exportações para a China do seu petróleo, que tem baixo teor de enxofre”, destacou o BBI. O banco observou que a atual volatilidade na macroeconomia brasileira permanece, contudo, um risco para a Petrobras. O BBI avalia que a capacidade de armazenagem de petróleo no mundo está perto do limite, podendo ser alcançada entre o final de maio e junho. Isso levará à paralisação de refinarias, o que, somada à retomada econômica em mais países europeus e possivelmente nos Estados Unidos, elevará o preço do barril. O BBI aumentou a sua projeção de preço para o Brent de US$ 40 para US$ 45 em 2021 e de US$ 45 para US$ 55 em 2022.

Por outro lado, o presidente Jair Bolsonaro disse que questionará a companhia sobre o aumento de 12% no preço da gasolina nas refinarias, o que classificou de “manobra”.

O comentário foi feito após Bolsonaro dizer que não vai aumentar a Cide sobre o combustível como pediu o setor sucroalcooleiro, medida defendida pelos ministros Bento Albuquerque, de Minas e Energia, e da Agricultura, Tereza Cristina. “A Petrobras subiu 12% a partir de hoje [ontem]. Eu não vi o preço do petróleo aumentar lá fora para subir 12 % aqui dentro. Quero saber que manobra foi essa. Não é interferir, é um direito que tenho de saber. Não sei porque a Petrobras aumentou, ela segue a política internacional do preço do petróleo”, afirmou ele,  na porta do Palácio da Alvorada. A decisão foi anunciada na quarta, com efeitos na quinta.

A Petrobras ainda informou que o consumo de caixa da empresa poderá, num cenário de estresse, chegar a US$ 1 bilhão em meses de maior volatilidade. Considerando os atuais custos e despesas e a alta volatilidade do preço das commodities, não é possível mensurar, de forma precisa, esse valor.

A “companhia reforça que com as medidas adotadas assegura a manutenção do equilíbrio de sua saúde financeira e do seu caixa no ano de 2020”.

Via Varejo (VVAR3) 

A Via Varejo afirmou que avalia oferta subsequente primária de ações. “No entanto, não há, nesta data, decisão
quanto ao lançamento dessa possível oferta, bem como de seus eventuais termos”, disse em comunicado.

O Valor Econômico disse, citando três fontes não identificadas, que Via Varejo prepara uma oferta follow-on de R$
5 bi, que pode ser iniciada em cerca de 15 dias.

Segundo a Levante Ideias de Investimento, apesar de o momento atual não ser o ideal para uma captação de recursos, espera-se impacto positivo para as ações no curto prazo, pois a empresa resolveria a preocupação com o nível de endividamento e posição de liquidez.

Considerando que a dona do Ponto Frio e das Casas Bahia encerrou a última quinta (7) com o valor de mercado de R$ 12,7 bilhões, a possível oferta de ações de R$ 5 bilhões seria de fato significativa.

A Via Varejo tem um vencimento relevante de dívida corporativa, uma nota promissória, no valor de R$ 1,5 bilhão em setembro de 2020.

A discussão em torno de uma oferta de ações do grupo já vinha desde janeiro, antes da atual crise gerada pela pandemia, e a expectativa era de que a operação seria concluída já no primeiro trimestre, aponta a Levante.

Sobre uma potencial oferta de ações, o presidente da empresa, Roberto Fulcherbergue disse em uma conferência no fim de abril que “não é segredo que a empresa vinha pensando numa capitalização”. Apesar disso, ele complementou que a empresa já tinha um orçamento sem considerar captação.

A Levante aponta que as captações da Magazine Luiza (MGLU3) e da B2W, pares do setor, foram importantes para ambas as companhias.

Lojas Americanas (LAME4) e B2W (BTOW3)

A Lojas Americanas fechou o primeiro trimestre com um prejuízo líquido de R$ 49,2 milhões, com uma pequena melhora ante os R$ 53,5 milhões negativos de um ano antes.

Enquanto isso, a receita líquida consolidada teve alta de 14,2%, passando de R$ 3,55 bilhões no primeiro trimestre de 2019 para atuais R$ 4,06 bilhões, favorecida pela alta das vendas no online.

O Ebitda ajustado consolidado, por sua vez, ficou em R$ 587,8 milhões entre janeiro e março deste ano, uma alta de 4,8% sobre os R$ 560,8 milhões do início do ano passado.

Segundo a companhia, o desempenho de vendas observado no trimestre foi diretamente impactado pelos efeitos da pandemia causada pelo novo coronavírus.

A Americanas afirma que principalmente as lojas instaladas em shoppings (que representam cerca de 30% do negócio) foram prejudicadas, mas as lojas de rua também sofreram impactos de forma pontual.

A empresa de varejo digital B2W fechou o primeiro trimestre deste ano com prejuízo líquido consolidado de R$ 108 milhões, uma melhora ante os R$ 139,2 milhões registrados um ano antes.

A receita líquida de vendas e serviços, por sua vez, avançou 32,3%, para R$ 1,696 bilhão, ao passo que o Ebitda ajustado teve forte alta de 53,3%, passando de R$ 83,2 milhões no primeiro trimestre de 2019 para R$ 127,6 milhões entre janeiro e março deste ano.

Segundo a empresa, houve um crescimento de 35% no número de pedidos no primeiro trimestre, resultado impulsionado pelo aumento na frequência de compra e novos clientes em meio à pandemia do novo coronavírus. A B2W ainda disse que em abril ocorreu um aumento de 83% no número de pedidos.

A empresa disse ainda que em abril adicionou mais 20 mil vendedores na plataforma do marketplace, em meio à campanha do grupo de atrair pequenos comerciantes afetados pelas medidas de quarentena impostas pelos governos. A base de vendedores do primeiro trimestre foi de 55,4 mil.

Para o Bradesco BBI, os números mostram a “resiliência” das Lojas Americanas, que obteve um crescimento trimestral de 1,7% nas mesmas lojas, apesar da chegada da epidemia da Covid-19 a partir de meados de março. O BBI destaca que isso foi possível porque embora tenha levado ao fechamento das lojas nos shopping centers (30% do total das lojas da empresa) e nas ruas, levou a uma forte expansão no comércio eletrônico através da plataforma B2W, que é dos mesmos donos.

“Nós projetamos que a Lojas Americanas continuará a ser uma das varejistas mais resilientes no atual cenário no 2º trimestre. Mantemos nossa recomendação outperform”, comenta o BBI.

O banco Itaú BBA avaliou os resultados como “positivos para a B2W, neutros para as Lojas Americanas”. A B2W é o braço da Americanas para o comércio eletrônico. O BBA comentou que os resultados das Americanas, do Ebitda às vendas mesmas lojas, ficaram dentro das expectativas. Já a B2W, segundo o banco, superou projeções e também informou que seu crescimento continuou em abril, quando agregou 22 mil lojistas ao seu marketplace. “A B2W revelou que houve um aumento de 83% nos pedidos na sua plataforma em abril, na comparação anual.

“A surpresa na B2W chegou já no 1º trimestre, com crescimento de 32% na receita líquida para R$ 1,7 bilhão, superando nossa projeção, que era de 7%”, comenta o BBA. “A única surpresa negativa foi a queima de caixa de R$ 646 milhões no trimestre, que no entanto não foi suficiente para prejudicar o conjunto dos resultados”, avalia o BBA.

O banco elogiou a iniciativa da B2W de começar a vender pelo Whatsapp e pela modalidade drive-thru. O BBA mantém a nota outperform – acima da média de mercado, para a ação BTOW3, com preço-alvo de R$ 77,00 para 2020. Para a Lojas Americanas, o BBA mantém a nota market perform – média do mercado, com preço-alvo de R$ 29,00 em 2020.

A Yduqs, antiga Estácio, segundo maior grupo de educação privada do Brasil, teve queda de 30,3% no lucro líquido, passando de R$ 240,8 milhões no início de 2019 para R$ 167,9 milhões. Já a receita líquida caiu 1%, de R$ 932,6 milhões para R$ 923,3 milhões. O Ebitda retraiu 12,2% a R$ 337,7 milhões. A margem teve queda de 4,7 pontos percentuais, chegando a 36,6%.

A base total de alunos subiu 12,7% e foi a 632,5 mil estudantes. A modalidade de Ensino a Distância (EAD) registrou avanço de 40,8% no período, como reflexo da pandemia do coronavírus, enquanto o ensino presencial caiu 0,5%.

Os bancos Itaú BBA e Morgan Stanley avaliaram os resultados trimestrais da companhia. O Itaú BBA definiu os resultados do 1º trimestre de 2020 como “mistos”. “A Yduqs reportou uma receita líquida de R$ 923 milhões, estável na comparação ano a ano e em linha com as nossas estimativas. Já o Ebitda de R$ 351 milhões chegou 6% abaixo das nossas projeções”, comentou o BBA. Segundo o BBA, o lado positivo é que a antiga Estácio informou ter fechado o 1º trimestre com 88 mil alunos no ensino universitário e 128 mil no ensino à distância, o que superou as projeções do banco em 3% e em 18%, respectivamente.

Outros aspectos positivos citados pelo BBA foram a sinergia obtida com a Adtalem, que levará a economias de R$ 80 milhões, e a reação satisfatória da Yduqs frente à epidemia do coronavírus, com o reforço do ensino online para os alunos. Como lado negativo, o BBA cita o aumento das despesas de marketing. O lucro líquido da empresa recuou 30%, na comparação sobre o 1º trimestre de 2019, para R$ 168 milhões. O Itaú BBA mantém a nota outperform – acima da média de mercado, para a ação YDUQ3, com preço-alvo de R$ 56,00 em 2020.

O banco Morgan Stanley avaliou que até agora a Yduqs tem administrado bem a situação criada pelo impacto da epidemia do coronavírus sobre o seu desempenho. Segundo o Morgan, houve um crescimento expressivo no ensino à distância, o que será uma tendência no 2º trimestre no país e possivelmente um pouco adiante. “A empresa tomou medidas para preservar o caixa, como o adiamento do pagamentos de dividendos e bônus e dos investimentos”, notou o Morgan Stanley. O banco mantém a nota overweight – peso acima da média do mercado, e um preço-alvo de R$ 35,00 para o papel YDUQ3 em 2020.

Qualicorp (QUAL3)

A administradora de planos de saúde Qualicorp fechou o primeiro trimestre com um lucro líquido de R$ 70,7 milhões, uma queda de 27,1% na comparação com o mesmo período do ano passado.

Apesar disso, quando comparado com o desempenho do último trimestre de 2019, houve uma alta no lucro de 5,9%

A receita líquida, por sua vez, ficou em R$ 502,5 milhões entre janeiro e março, uma alta de 7,7% ante o início do ano passado. Já o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado subiu 5,4% em um ano, para R$ 251,6 milhões.

Em relação ao quarto trimestre de 2019, a dívida líquida da Qualicorp recuou 15,3%, para R$ 777,9 milhões, reflexo da redução de capital de R$ 980 milhões efetuada em novembro de 2019.

O banco Itaú BBA avaliou como neutros os resultados do 1º trimestre da operadora de planos de saúde. Segundo o BBA, os números gerais da receita vieram em linha com as projeções, embora a margem Ebitda tenha sido afetada por perdas não recorrentes, na área comercial, de R$ 53 milhões (11% da receita líquida de R$ 502,3 milhões). O BBA destacou que a operadora perdeu 5,8 mil clientes no 1º trimestre, o que foi negativo. O lucro líquido, de R$ 71 milhões no período, teve queda de 27% sobre igual trimestre do ano passado e chegou 12% abaixo da estimativa do BBA. O BBA observa que os investidores ficarão mais ansiosos por projetos da empresa que deem impulso à lucratividade e ao faturamento. O banco mantém a nota outperform – acima da média de mercado, e preço-alvo de R$ 47,00 para a ação QUAL3, alta de 99% sobre o preço de ontem na B3.

Natura & Co (NTCO3)

A fabricante de cosméticos Natura & Co, que reúne as marcas Natura, The Body Shop e Aesop, reportou prejuízo líquido consolidado de R$ 820,8 milhões, ante prejuízo de R$ 82 milhões de um ano antes. De acordo com a empresa, o desempenho foi impactado “por uma alíquota de imposto de renda efetiva mais alta devido a despesas não dedutíveis relacionadas com a aquisição e efeitos de PPA na The Body Shop, relacionados a passivos tributários diferidos no Reino Unido(reversão da taxa de imposto nominal de 17% para 19%)”.

Ja o Ebitda ajustado (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da companhia somou R$ 571,5 milhões no período, uma queda de 20,9% na comparação anual.

Conforme a empresa, o resultado exclui custos de aquisição não recorrentes associados à Avon de R$ 298,3 milhões e o efeito não recorrente, não caixa, da alocação de preço de compra (PPA) de R$ 102,9 milhões, devido à alocação dos valores justos oriundos da combinação de negócios com a Avon. O Ebitda reportado ficou em R$ 145,3 milhões.

O resultado financeiro do primeiro trimestre ficou negativo em R$ 227,6 milhões, estável em comparação aos R$ 228,1 milhões de igual período do ano anterior. De acordo com a empresa, a performance foi favoravelmente impactada pela menor taxa de juros do CDI no Brasil, que compensou maiores despesas financeiras da dívida da Avon.

A receita líquida consolidada da companhia no intervalo entre janeiro e março de 2019 somou R$ 7,518 bilhões, uma alta de 1,9% sobre o mesmo período de 2019, impulsionada pelo crescimento na Natura&Co América Latina e na Aesop.

A Natura encerrou o trimestre com uma forte posição de caixa de R$ 4,6 bilhões (R$ 3,6 bilhões em caixa e R$ 1 bilhão em depósitos de curto prazo), em linha com projeções e acima dos limites mínimos da empresa. Entre janeiro e março, a saída de caixa da companhia somou R$ 1,659 bilhão, como esperado. O resultado também é consistente com o primeiro trimestre do grupo – historicamente sazonal – e mais impactado pelos efeitos da covid-19.

“O consumo no primeiro trimestre de 2020 inclui a Avon e está principalmente relacionado a custos de aquisição não recorrentes de R$ 501 milhões, impactos da covid-19 nas vendas e efeitos cambiais devido à desvalorização do real no capital de giro da Avon Internacional, The Body Shop e Aesop”, explica a empresa.

No primeiro trimestre de 2019, em uma base estimada e não auditada (pró-forma), a Natura teria tido uma saída de caixa de R$ 765 milhões.

A Light lucrou R$ 166,6 milhões no primeiro trimestre, alta de 1,5% em comparação com os R$ 164,2 milhões de igual período de 2019.

Na divisão de distribuição, o resultado foi positivo em R$ 62 milhões, revertendo o prejuízo de R$ 25 milhões registrado em igual período do ano anterior. De acordo com a empresa, a melhora ocorreu devido aos ganhos com marcação à mercado das operações de swap das dívidas em moeda estrangeira desse segmento específico.

A receita líquida da companhia teve queda de 8,7%, para R$ 3,04 bilhões. O Ebitda ajustado foi de R$ 466 milhões, baixa de 19% na comparação anual.

Já a Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) teve lucro líquido de R$ 256 milhões no primeiro trimestre, um aumento de 17,7% na comparação anual.

Enquanto isso, a receita líquida da empresa cresceu 13,4% de janeiro a março, para R$ 1,25 bilhão, ante o mesmo período de 2019. O Ebitda, por sua vez, aumentou 15,1%, para R$ 520,9 milhões.

A Sanepar justificou a melhora no resultado por conta do reajuste anual de 8,37%, em vigor desde maio de 2019, e do restabelecimento do reajuste tarifário anual de 3,76%, válido desde novembro.

O banco Itaú BBA comentou que os resultados foram neutros e apontou que os dados como receita e lucro líquidos, Ebitda e alavancagem vieram em linha com as expectativas. A entrega de volumes mais baixos que o esperado no abastecimento de água foi compensada por um aumento na tarifa, ainda antes da epidemia da Covid-19. “Em 17 de abril, o governo do Paraná adiou por 60 dias o reajuste da tarifa por causa da epidemia”, observou o BBA.

Já a XP Investimentos avaliou os números como ligeiramente positivos. “Apesar do Ebitda ajustado ter vindo em linha com nossas estimativas, a companhia registrou uma forte geração de caixa no trimestre, o que vemos como muito saudável e atrativo para investidores no atual ambiente de incertezas desencadeado pela pandemia do coronavírus”, aponta.

O Credit Suisse apontou ainda que a Sanepar reportou bons resultados operacionais, se beneficiando do aumento de tarifas e desempenho decente de custos desconsiderando uma indenização não esperada. As provisões aumentaram neste trimestre para contabilizar possíveis impactos do coronavírus.

Apesar do pior mix de venda e de uma performance moderada de volume, a receita líquida aumentou 13.4% na base anual como resultado do aumento de tarifa a partir de maio de 2019. Os custos totais aumentaram 12,5% na base anual, mas ficaram 6,2% abaixo da estimativa do banco por melhores custos gerenciáveis. Por fim, o lucro líquido foi positivamente afetado por uma taxa tributaria efetiva e resultados financeiros (devido a maior geração de caixa) ligeiramente melhores.

Vale destacar que o estado do Paraná decretou situação de emergência hídrica, tendo vista a redução no volume de água disponível causada pela estiagem. Com isso, as prestadoras de serviço do estado ficam autorizadas a executar esquema de rodízio de 24 horas considerado da interrupção até a retomada do abastecimento, com prazo para normalização de até mais 24 horas.

São Carlos (SCAR3)

O banco Bradesco BBI avaliou como neutros os resultados do 1º trimestre da imobiliária comercial São Carlos. A empresa teve lucro líquido de R$ 10,6 milhões (+79,7% sobre o 1º tri de 2019) e um crescimento de 13,6% na receita bruta com locações no período, para R$ 68,6 milhões. O BBI avalia que os pontos negativos vieram no crescimento das taxas de vacância física e financeira, que avançaram para 16,3% e 13,8%, respectivamente, no 1º trimestre deste ano, de 14,9% e 11,8%, respectivamente, no 4º trimestre de 2019.

“A São Carlos conseguiu surfar na tendência de alta dos preços do mercado comercial na capital paulista e adotou uma postura mais cética sobre os descontos”, avaliou o BBI, que considera os movimentos positivos. O BBI mantém a recomendação neutra para a São Carlos, com preço-alvo de R$ 28,00 para a ação SCAR3 em 2020.

A Ânima Educação anunciou a aquisição do Centro de Ensino Superior de Vespasiano (Cesuv), sociedade que controla a Faculdade da Saúde e Ecologia Humana (Faseh), instituição privada de ensino superior em Vespasiano, município na Região Metropolitana de Belo Horizonte (MG). A Ânima informou que o valor da transação é de R$ 108,9 milhões, que serão pagos em três parcelas, a primeira das quais, de R$ 55,9 milhões, na data do fechamento do contrato. As outras duas parcelas, cada uma de R$ 26,5 milhões, serão pagas 12 e 24 meses após o fechamento do contrato, informou a empresa paulista.

Segundo a Ânima, a Faseh conta atualmente com seis cursos superiores: medicina, enfermagem, fisioterapia, direito, engenharia civil e engenharia de produção. Para a Ânima Educação, a integração da Faseh adiciona ao grupo “diferencial estratégico na área da saúde e possível expansão do portfólio, como alavanca de valor incremental”, informou a companhia. A Faseh tem atualmente 1.034 alunos, dos quais 597 estudam medicina. O curso de medicina da faculdade tem nota 5, a máxima, do Ministério da Educação. A Ânima informou que o médico-doutor Ricardo Queiroz Guimarães, que era o titular da Innovatus, uma empresa que controlava o Cesuv, continuará no comando da Faseh e “fortalecerá os projetos da Ânima na área de educação médica”.

O banco Itaú BBA avaliou como positiva a aquisição da Faseh pela Ânima Educação, anunciada na noite de ontem pelo grupo educacional paulista. “A aquisição é estrategicamente importante, consolida a posição da Ânima em Minas Gerais”, comentou o BBA. Segundo o BBA, o curso de medicina da Faseh, em Vespasiano (Região Metropolitana de Belo Horizonte) é bem conceituado, e existe a possibilidade de captura imediata de sinergias entre as duas empresas. O Itaú BBA mantém a nota outperform – acima da média de mercado, para a ação ANIM3, com preço-alvo de R$ 36,00 no papel para 2020, uma alta de 76% sobre o valor de ontem na B3.

A Wiz Soluções de Corretagem e Seguros publicou seus resultados e reportou um lucro líquido de R$ 51 milhões no 1º trimestre deste ano, resultado que representou um recuo de 9,9% sobre igual trimestre de 2019. A receita líquida da Wiz avançou 9,9% sobre o 1º trimestre do ano passado para R$ 169,7 milhões. O lucro antes dos impostos, juros, depreciação e amortização (Ebitda) foi de R$ 87,8 milhões, uma queda de 10,7% sobre o 1º trimestre do ano passado. A Wiz informou que fechou o 1º trimestre com um caixa líquido de R$ 59,6 milhões.

Marfrig (MRFG3) 

A Marfrig disse que não existe plano de nova emissão de ações. “Não existe qualquer plano de nova emissão
de ações ou venda de ações pelo Sr. Marcos Antonio Molina dos Santos”, disse a companhia em comunicado.
A Coluna do Broad, publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, disse que a empresa foi procurada por bancos de investimento para a realização de uma oferta subsequente de ações, também conhecida como follow on.

A Prefeitura de Passo Fundo (RS) emitiu uma interdição cautelar com a suspensão de todas as atividades no
frigorífico JBS por mais 15 dias a partir desta quinta-feira, segundo nota publicada no site da prefeitura do município. A Unidade havia sido totalmente interditada em 24 de abril, após fiscalização da Subsecretaria de Inspeção do Trabalho, e tinha previsão de retomar atividades no próximo sábado (9) diz a prefeitura. A Unidade tem 48 casos confirmados de coronavírus, segundo a prefeitura.

A JBS, em comunicado, disse que “refuta os argumentos presentes no auto de infração expedido pela Vigilância Sanitária do município de Passo Fundo (RS) nesta quinta-feira e que contraria a decisão judicial da 2ª Vara do Trabalho de Passo Fundo, de 4 de maio, que autorizou a retomada das operações da unidade”. A empresa “tem adotado todas as medidas de prevenção necessárias para proteção e segurança dos seus colaboradores e
tomará todas as medidas cabíveis para reverter a interdição municipal”, segundo o comunicado.

 

Banco BMG (BMGB4) 

O Banco BMG comunicou na noite de ontem que suspendeu seu guidance (projeção) para 2020, por causa dos efeitos da epidemia do coronavírus sobre a economia brasileira. Segundo o BMG, quando houver um cenário com maior previsibilidade, a “administração avaliará a divulgação de novas projeções”.

O conglomerado teve lucro líquido de R$ 75,625 milhões no primeiro trimestre de 2020, 1,8% menor frente igual período do ano anterior. O lucro ajustado, que exclui o efeito de amortização de ágio, foi de R$ 97 milhões, com baixa de 2% na comparação anual. Ante o trimestre imediatamente anterior, o lucro ajustado subiu 31,4%.

A carteira de crédito totalizou R$ 11,718 bilhões entre janeiro e março, 18,9% superior na base ano a ano e de 2,3% no trimestre. A carteira de varejo subiu 21% na comparação anual, a R$ 9,928 bilhões. Em março, o banco atingiu 4,3 milhões de clientes ativos, crescimento de 17% nos últimos 12 meses.

O retorno sobre o patrimônio recorrente foi de 10,5% no primeiro trimestre de 2020, ante 9,6% no quarto trimestre do ano anterior e 17,2% no primeiro trimestre de 2019. O índice de Basileia ficou em 19,9%.

As despesas líquidas com provisões para créditos de liquidação duvidosa foram de R$ 148 milhões nos três meses até março, com alta de 51,7% na base anual e de 7,8% no trimestre. A inadimplência ficou em 5,9% no primeiro trimestre de 2020, ante 5,8% no quarto trimestre de 2019 e 6% no primeiro trimestre do ano passado.

Segundo o Credit Suisse, em geral, o resultado mostrou tendências semelhantes às observadas no quarto trimestre de 2019: opex alto (apesar de estável), crescimento mais fraco do que o esperado de empréstimos enquanto NII e taxas de serviço ficaram ligeiramente melhores. Por fim, o lucro líquido subiu na comparação trimestral, representando uma melhora na performance, mas com base muito baixa. “Para frente, as perspectivas são desafiadoras em meio ao Covid-19 devido à grande dependência da distribuição física”, aponta.

(Com Bloomberg e Agência Estado)

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