Lucro do Banco do Brasil cai 20% e vai a R$ 3,4 bi; Ambev lucra 56% menos no 1º tri e mais resultados no radar

Lucro do Banco do Brasil cai 20% e vai a R$ 3,4 bi; Ambev lucra 56% menos no 1º tri e mais resultados no radar

maio 7, 2020 Off Por Today Newsroom

A temporada de resultados é movimentada nesta quinta-feira (7), com destaque para o Banco do Brasil, que viu seu lucro cair 20%, enquanto a Ambev teve queda de 56% do lucro em meio ao impacto da pandemia do coronavírus.

Já a AES Tietê reportou um lucro líquido de R$ 75 milhões no período, uma expansão de 21,5% sobre igual trimestre de 2019. A empresa justificou os motivos para não ter aceito a oferta hostil da Eneva Energia e informou que pagará dividendos de R$ 89 milhões aos acionistas em 20 de maio. Já o GNDI – Grupo Notre Dame Intermédica – também divulgou resultados e reportou lucro líquido de R$ 208 milhões no 1º trimestre, um crescimento de 40,9% sobre igual período do ano passado. Confira os destaques:

Banco do Brasil (BBAS3)

O Banco do Brasil informou na manhã de hoje que obteve um lucro líquido ajustado de R$ 3,40 bilhões no 1º trimestre de 2020, uma queda de 20,1% em comparação a igual trimestre do ano passado. O banco informou que, devido ao cenário desafiador com a epidemia da Covid-19, realizou provisões de R$ 2 bilhões no período, o que provocou a queda no lucro líquido. O banco calculou que, sem levar em conta as provisões, houve crescimento estrutural de 15,4% sobre o 1º trimestre do ano passado.

Do total de provisões, foram R$ 1,17 bilhão no segmento pessoa física, R$ 824 milhões para a carteira de empresas e R$ 46 milhões no agronegócio. Segundo o banco, o reforço foi “prudencial” diante do “atual cenário desafiador para todo o sistema”.

A carteira de crédito avançou 5,8% sobre o 1º trimestre do ano passado, para R$ 725 bilhões no 1º trimestre deste ano. A carteira pessoa física teve o maior avanço, de 9%; a carteira pessoa jurídica cresceu 5,9%; a carteira rural cresceu 2,5%. Segundo o BB, os empréstimos consignados puxaram o avanço da carteira pessoa física, crescendo pouco mais de 16%. O BB informou que o índice de inadimplência superior a 90 dias sofreu redução de 10 pontos porcentuais em comparação ao 4º trimestre de 2019, ficando em 3,17% no fim de março.

As despesas administrativas cresceram 2,7% em doze meses e segundo o banco estatal estão sob controle. Como destaque, o BB afirma que a chegada da epidemia do coronavírus acelerou o uso do app do banco a partir de março, com 1,5 milhão de novos usuários na plataforma, que chegou a 15,8 milhões de clientes. “Em abril, a média diária de clientes que passaram a usar o app foi 358% superior aos últimos seis meses”, informou o BB.

O reforço nas provisões por conta da pandemia se refletiu na rentabilidade da instituição, que vinha melhorando até então como resultado da estratégia do banco de atuar em segmentos de melhores margens. O retorno sobre o patrimônio líquido médio no critério mercado, chamado de RSPL pelo BB, caiu a 12,5% no primeiro trimestre ante 17,7% no anterior. No conceito ajustado, o indicador ficou em 10,5% contra 14,7%, respectivamente.

O BB fechou março com patrimônio líquido de R$ 112,315 bilhões, 6,9% maior em um ano. Em relação aos três meses anteriores subiu 3,5%.

Em ativos totais, o BB alcançou R$ 1,580 trilhão em ativos, aumento de 4,2% em um ano, impulsionado pelo aumento do crédito em meio à crise da covid-19. Ante o trimestre imediatamente anterior teve elevação de 7,6%.

Ambev (ABEV3)

A Ambev, maior fabricante de cerveja e refrigerantes da América Latina, teve lucro líquido de R$ 1,211 bilhão no primeiro trimestre deste ano, queda de 55,9% em relação aos 3 primeiros meses de 2019 (R$ 2,7 bilhões).

O lucro líquido ajustado, que exclui itens extraordinários, totalizou R$ 1,227 bilhão,  55,6% menor na comparação anual.

“Num contexto global de diminuição do consumo de bebidas alcoólicas por conta do COVID-19, a Ambev teve leve redução de 1,6% em sua receita líquida consolidada em comparação ao primeiro trimestre do ano anterior, totalizando R$ 12,6 bilhões. O volume consolidado da companhia, em comparação ao mesmo período de 2019, teve queda de 5,6%”, destacou a empresa no release de resultados.

O  faturamento no Brasil teve queda de 9,6% no 1º trimestre, a R$ 6,5 bilhões, enquanto o volume total de vendas (cerveja + não alcoólicos) foi 9,1% menor.

No segmento Cerveja Brasil, os volumes caíram 11,5% na base anual, acima da estimativa do consenso de 10%. Conforme destaca a XP Investimentos, isso pode manter as ações pressionadas, uma vez que o ambiente competitivo continua sendo uma das principais preocupações.

“Os volumes foram impactados por uma indústria fraca e por um mix desfavorável, uma vez que o segmento premium, no qual a empresa tem menor participação de mercado, teve um desempenho consideravelmente melhor que a indústria total. O surto de COVID-19 resultou no fechamento da maior parte do canal on-trade (bares e restaurantes) a partir de meados de março, levando a uma redução no volume de 29,1% naquele mês. De acordo com a Nielsen, a indústria cervejeira caiu um dígito médio no trimestre”, avalia.

AES TIETÊ (TIET11)

A concessionária de energia AES Tietê divulgou resultados do 1º trimestre de 2020 e comunicou que obteve um lucro líquido de R$ 75 milhões no período, uma expansão de 21,5% sobre igual período do ano passado. A receita líquida da empresa teve uma pequena expansão de 1,6% no 1º trimestre deste ano, para R$ 494 milhões. O lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) foi de R$ 312,8 milhões, crescimento de 18% sobre o 1º trimestre de 2019. A margem Ebitda da AES Tietê avançou 9 pontos porcentuais sobre o 1º trimestre do ano passado, para 63,3%.

A empresa informou que reduziu sua dívida líquida de R$ 3 bilhões para R$ 2,86 bilhões. A relação dívida líquida sobre o Ebitda recuou de 2,93 vezes (2,93x) no 1º trimestre de 2019 para 2,64 vezes (2,64x) no 1º trimestre deste ano. O destaque da AES Tietê no período foi ter recebido uma oferta hostil da Eneva Energia, que ofereceu R$ 2,75 bilhões pela empresa paulista, mais uma troca de ações. A oferta foi rechaçada após 45 dias. O Conselho de Administração da AES Tietê explicou no balanço que estudou a proposta “com cuidado” mas concluiu que os perfis e planos estratégicos das empresas são diferentes. A AES Tietê afirma que gastou R$ 32 milhões no estudo da oferta e comunicou que este valor impactará seus resultados no 2º trimestre. Em outro comunicado, a AES Tietê informou que pagará dividendos de R$ 89 milhões acionistas no dia 20 de maio. A data de corte será 11 de maio e as ações da empresa serão negociadas “ex-dividendos” a partir do dia 12.

NOTRE DAME (GNDI3) 

O Grupo Notre Dame Intermédica divulgou balanço do 1º trimestre de 2020 e informou que obteve lucro líquido de R$ 208 milhões no período, uma expansão de 40,9% sobre igual período de 2019.

A empresa de planos de saúde teve como destaques no trimestre a reinauguração do seu hospital-sede Intermédica no ABC Paulista, além da aquisição da Ecole, uma pequena operadora de planos de saúde na Região Metropolitana de São Paulo, e do laboratório LabClin, em Americana (SP). É importante lembrar que os resultados do GNDI3 incluem os do grupo Clinipam, que atua no Paraná e Santa Catarina e foi adquirido em novembro de 2019, e do Hospital São Lucas, de Americana, também comprado pela empresa no ano passado. O GNDI obteve no 1º trimestre deste ano um avanço de 34,9% na receita líquida, sobre igual período do ano passado, para R$ 2,5 bilhões. O lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado foi de R$ 408,5 milhões, um crescimento de 40,4% sobre igual período de 2019.

O grupo informou que sua carteira de clientes de planos médicos e odontológicos atingiu 6,1 milhões de pessoas, uma expansão de 31,6% sobre o 1º trimestre do ano passado. No intervalo de um ano, o GNDI passou a operar quatro novos hospitais, incluído o reinaugurado em São Bernardo do Campo (SP), totalizando 23 unidades. Com a chegada da epidemia do coronavírus ao Brasil, o grupo montou um Comitê de Gestão de Crises, isolando áreas para possíveis pacientes, comprando equipamentos e reagendando cirurgias não emergenciais de outros pacientes, para reduzir os riscos do contágio.

Banco Pan (BPAN4) 

O banco Pan divulgou os resultados do 1º trimestre deste ano e reportou um lucro líquido de R$ 170 milhões, uma expansão de 77% sobre igual período de 2019. O banco, que opera majoritariamente em plataforma digital, afirma que houve melhoria do resultado financeiro e controle de despesas.

O Pan informou que o retorno sobre o patrimônio líquido médio foi de 13,7% no 1º trimestre de 2020, ante 9,3% em igual trimestre do ano passado. O banco informou que a receita com intermediação financeira foi de R$ 2,4 bilhões no 1º trimestre de 2020 – no mesmo período do ano passado, atingiu R$ 1,77 bilhão. A carteira de crédito do banco avançou 15% sobre o 1º trimestre do ano passado, para R$ 25 bilhões no 1º trimestre de 2020. Além de crédito em plataforma digital para as classes C, D e E, o banco passou a oferecer financiamentos apenas pela Internet para a compra de motos novas e carros usados.

Centauro (CNTO3) 

O Grupo SBF, que controla as Lojas Centauro, aumentou o seu capital social em R$ 3,49 milhões para R$ 1,014 bilhão. Com o aumento de capital, foram emitidas pouco mais de 874 mil ações ordinárias. Com o aumento, o capital social da empresa passou a ser composto por 211 milhões de ações ordinárias. Em comunicado enviado à CVM, o grupo detalhou que lançou um programa de compra das ações, para o qual serão convidados apenas integrantes do Conselho de Administração.

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(Com Agência Estado e Bloomberg)

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