Empresas brasileiras devem entregar maiores retornos do que as americanas, prevê Bredda

Empresas brasileiras devem entregar maiores retornos do que as americanas, prevê Bredda

maio 4, 2020 Off Por Today Newsroom

Henrique Bredda, sócio da gestora Alaska, fala ao microfone
(Flavio Santana/Biofoto)

SÃO PAULO – Ainda que tenha obtido uma valorização de 14,16% no mês de abril, o fundo Alaska Black Institucional, da Alaska Asset Management, acumulou perdas de quase 30% no ano.

Para tentar reverter o quadro desfavorável de 2020, o gestor Henrique Bredda tem se fiado em ações de empresas que tendem a se beneficiar da retomada da atividade local, como da varejista Magazine Luiza, conhecida aposta da casa, e da empresa de educação Cogna, além das produtoras de celulose Suzano e Klabin.

“Estamos com o viés de procurar empresas que dependam exclusivamente do mercado doméstico”, disse o especialista, durante live promovida nesta segunda-feira pela assessoria de investimentos InvestSmart.

Bredda acredita que, pelo ponto de partida mais baixo, o potencial de retomada do mercado brasileiro é superior ao observado nos Estados Unidos, visão que difere de renomados gestores de fundos multimercado.

“É bem provável que 2020 seja a oportunidade da década para a compra de ações”, afirmou. “Em 2025, quando olharmos para 2020, acredito que vamos sentir saudades dos preços no nível atual”, defendeu o gestor, cujo fundo tem hoje um patrimônio da ordem de R$ 1,6 bilhão, de mais de 100 mil cotistas.

Estratégias de caixa

Dada a percepção quanto às oportunidades na mesa, o gestor da Alaska não tem mantido alocação em caixa nos fundos de ações da casa. “O ambiente em que estamos inseridos é totalmente desestimulante para a venda, e muito estimulante para o acúmulo.”

Já no fundo de BDRs – Alaska Black FIC FIA – BDR Nível I –, a estratégia é um pouco diferente. Por concentrar cerca de 20% das posições em ações via opções, o fundo geralmente carrega o mesmo percentual em caixa. Bredda ainda observou que uma das lições deixadas pela crise na gestora será aumentar o uso das opções, para fins de proteção da carteira.

Além da posição em BDRs propriamente, o fundo da Alaska carregou nos últimos anos posições “vendidas” (com aposta na queda) em dólar e juros. Com a abruta volatilidade que acometeu o mercado, as posições foram desfeitas em março. “Não imaginávamos que o dólar iria subir tanto, o que acabou tirando muito dinheiro do fundo, assim como não sabia que o juro iria de 14% para 3,75%.”

A posição em dólar já começou a ser gradualmente refeita, mas a de juros ainda não. “Não tenho mais estômago para vender juro curto, está muito baixo.” Apesar disso, Bredda não descarta novas quedas das taxas. “Voltaremos a ter uma posição vendida em dólar de forma relevante quando sentirmos que os juros bateram no limite do piso.”

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