Gilmar Mendes rejeita pedido de Eduardo Bolsonaro para barrar CPMI das Fake News

Gilmar Mendes rejeita pedido de Eduardo Bolsonaro para barrar CPMI das Fake News

abril 30, 2020 Off Por Today Newsroom

SÃO PAULO – O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), rejeitou ação do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para impedir a prorrogação da CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) das Fake News no Congresso Nacional.

No pedido, o deputado havia alegado que o colegiado tem atuado de forma “orquestrada” contra os deputados alinhados com o governo federal. Ele também diz que os direitos regimentais de membros da base estão sendo desrespeitados pela presidência da comissão, representada pelo senador Ângelo Coronel (PSD-BA).

Desde que foi instalada, a CPMI das Fake News tem produzido uma série de fatos negativos para o governo federal e sofrido críticas de parlamentares bolsonaristas. A apuração sobre a existência de uma rede de disseminação de notícias falsas e sua vinculação com aliados do presidente preocupa a base do governo.

Na decisão, o ministro Gilmar Mendes diz que a comissão “está apenas cumprindo com seu dever constitucional de investigar o objeto para o qual foi criada” e que uma eventual paralisação poderia impactar os trabalhos.

“Os fatos apurados pela CPI em tela assumem a mais alta relevância para a preservação da nossa ordem constitucional. Não à toa, há uma crescente preocupação mundial com os impactos que a disseminação de estratégias de desinformação e de notícias falsas tem provocado sobre os processos eleitorais”, afirmou.

O magistrado também afirmou que os fatos investigados pelos parlamentares estão relacionados a dois inquéritos abertos pelo Supremo Tribunal Federal: o das Fake News, para investigar notícias faltas e ataques a autoridades e instituições, e outro para apurar as manifestações a favor da intervenção militar e da volta do AI-5 – ambos sob a relatoria do ministro Alexandre de Moraes.

“Essas investigações são de vital importância para o desvendamento da atuação de verdadeiras quadrilhas organizadas que, por meio de mecanismos ocultos de financiamento, impulsionam estratégias de desinformação, atuam como milícias digitais, que manipulam o debate público e violam a ordem democrática”, complementou.

O ministro também disse que a decisão não valida qualquer ato do colegiado e que novas situações podem ser questionadas no STF, que tem atuado quando provocado.

“Não se está a fixar a validade de todo e qualquer ato investigativo praticado no bojo da referida CPI, uma vez que tais atos sempre poderão ser individualmente submetidos à sindicância jurisdicional desta Corte”, disse.

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