Petrobras muda métrica de endividamento, repercussão de balanços de Vale, Cielo, RD e mais notícias

Petrobras muda métrica de endividamento, repercussão de balanços de Vale, Cielo, RD e mais notícias

abril 29, 2020 Off Por Today Newsroom

plataforma de petróleo da Petrobras
(Shutterstock)

A operadora de planos de saúde Hapvida, uma das maiores do país, lançou ontem um programa de recompra de ações ordinárias. A empresa pretende recomprar pouco mais de 21,7 milhões de ações em 18 meses. Essas ações correspondem a cerca de 10% dos papéis ordinários da Hapvida no mercado.

Já a Petrobras informou ontem à noite que mudará a sua métrica para medir o endividamento da empresa, por causa da forte volatilidade que ocorre nos mercados do petróleo. A estatal não usará mais a relação dívida líquida sobre o Ebitda e calculará apenas a dívida bruta total. Segundo a Petrobras, a sua dívida bruta deve ficar ao redor de US$ 87 bilhões em 2020 – o mesmo patamar do ano passado.

Atenção ainda para a repercussão dos resultados, com destaque para Vale, RD, Cielo e WEG. Esta última companhia apresentou seus números antes da abertura do mercado com lucro de R$ 440 milhões, alta de 43% na base de comparação anual.

A Vale lucrou US$ 239 milhões no primeiro trimestre deste ano, revertendo um prejuízo de US$ 1,642 bilhão visto um ano antes. No trimestre anterior, a mineradora havia registrado perda de US$ 1,562 bilhão.

“O aumento de US$ 1,801 bilhão no resultado deveu-se, principalmente, ao reconhecimento de despesas one-off no quarto trimestre de 2019, tais como os impairments em ativos de níquel e carvão (US$ 4,202 bilhões) e provisões relacionadas a Brumadinho (US$ 898 milhões)”, explicou a empresa em nota.

Segundo a companhia, estes efeitos foram parcialmente compensados pelo menor Ebitda (geração operacional de caixa) ajustado pró-forma (US$ 1,636 bilhão), por maiores despesas financeiras (US$ 1,445 bilhão) e por menor receita de imposto (US$ 764 milhões).

Apesar da melhora no lucro, a receita operacional líquida da companhia caiu de US$ 8,203 bilhões no primeiro trimestre de 2019 para US$ 6,969 nos três primeiros meses deste ano. No trimestre anterior, a cifra havia sido de US$ 9,964 bilhões.

Já o Ebitda ajustado ficou em US$ 2,882 bilhões entre janeiro e março de 2020, ante US$ 3,536 bilhões no trimestre anterior e um resultado negativo de US$ 652 milhões registrado um ano antes.

A margem Ebitda, que é a relação percentual entre a receita líquida e a geração operacional de caixa, passou de 35% no último quarto do ano passado para 41% ao final de março de 2020.

A dívida líquida da mineradora, de US$ 4,808 bilhões, permaneceu praticamente estável em relação ao último trimestre de 2019 (US$ 4,880 bilhões). Um ano antes, o valor era de US$ 12,031 bilhões.

“Apesar da geração de fluxo de caixa livre de US$ 380 milhões e da redução de US$ 549 milhões no valor em dólar americano da dívida denominada em reais devido à desvalorização da moeda, a dívida líquida permaneceu relativamente estável em US$ 4,808 bilhões, devido ao efeito compensatório de US$ 914 milhões da desvalorização cambial sobre o saldo de caixa onshore mantido em reais”, explicou a mineradora.

O balanço da Vale foi beneficiado pelas menores despesas relacionadas à tragédia em Brumadinho (MG), que somaram US$ 159 milhões nos três primeiros meses deste ano, frente aos US$ 4,504 bilhões registrados entre janeiro e março de 2019. No quarto trimestre do ano passado, esse custo foi de US$ 1,141 bilhão.

Em reais, o lucro líquido da Vale no primeiro trimestre deste ano foi de R$ 984 milhões, bem abaixo das estimativas de analistas compiladas pela Bloomberg, de R$ 5,184 bilhões. Já a receita líquida da companhia ficou em R$ 31,3 bilhões, também abaixo do esperado (R$ 37,354 bilhões). Veja mais sobre o balanço clicando aqui. 

A Cielo registrou um lucro líquido de R$ 166,8 milhões no primeiro trimestre de 2020, queda de 69,4% na comparação com igual período do ano anterior, quando lucrou R$ 544,77 milhões, informou a companhia nesta terça-feira (28).

Já o lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês), ficou em R$ 573,8 milhões no período, queda de 30,7% na base de comparação anual e abaixo da estimativa do consenso Bloomberg de R$ 642 milhões.

A receita líquida operacional do período totalizou R$ 2,83 bilhões, alta de 2% na comparação com os R$ 2,774 bilhões do ano anterior e com uma redução de e uma redução de 4,9% em relação ao trimestre anterior. “Em relação ao quarto trimestre, a redução do volume transacionado, e consequentemente da receita, ocorreu devido à sazonalidade do negócio de adquirência da Cielo, da gestão de cartões da
Cateno, assim como pelos primeiros efeitos da pandemia [de coronavírus]”, afirmou a companhia.

A companhia ainda informou que resolveu alterar a periodicidade do pagamento de dividendos e/ou juros sobre o capital próprio do exercício de 2020 de trimestral para anual. Confira mais clicando aqui.

A companhia de farmácias RD teve um lucro líquido de R$ 152,8 milhões no primeiro trimestre de 2020, alta de 45% na comparação com os R$ 105,5 milhões registrados em igual período de 2019. O Ebitda ajustado foi de R$ 369,35 milhões, alta de 36,7%.

A receita bruta foi de R$ 5,2 bilhões, com crescimento de 25,3% (11,5% para lojas maduras no varejo). A margem Ebitda ajustada foi de 7,1%, alta de 0,6 ponto percentual.

Conforme destacou a companhia, a pandemia do coronavírus teve um impacto profundo nas operações no mês de março. “Com o aumento da demanda digital, nosso volume de atendimentos quase triplicou. O início da transformação digital em 2019 provou ser fundamental, nos permitindo alavancar as funcionalidades, performance e experiência dos nossos aplicativos e sites por meio dos times ágeis, bem como preparar a infraestrutura omnichannel com até um ano de antecedência, a qual vem sendo ampliada desde o início da pandemia”, destacou a empresa no release de resultados.

A RD apontou que o serviço de compra e retirada já está disponível em 100% das lojas, e o número de lojas com entregas totalizou 191 lojas em 46 cidades no final de março, frente a 131 lojas em 27 cidades no final do ano.

A companhia ainda reiterou seu guidance para 2020, projetando 240 aberturas brutas de lojas. A RD inaugurou 39 lojas e fechou 5 no primeiro trimestre deste ano.

A Minerva Foods teve lucro líquido de R$ 271 milhões no primeiro trimestre deste ano, revertendo prejuízo de R$ 31,4 milhões em igual período de 2019.

A receita bruta consolidada foi de R$ 4,4 bilhões no primeiro trimestre, enquanto a receita líquida totalizou 4,1 bilhões de reais, alta de 11,8% na base de comparação anual.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda), por sua vez, somou R$ 381,5 milhões, 16% maior frente igual intervalo de 2019.

A divisão Brasil foi responsável por 48% do faturamento; a Athena Foods – que opera no Uruguai, Paraguai, Colômbia, Chile e Argentina – contribuiu com 43% do total.

Cia. Hering (HGTX3)

A Cia. Hering informou ter reiniciado gradualmente a reabertura de lojas físicas em localidades específicas.

“Atualmente, 104 lojas físicas da companhia já retomaram suas atividades comerciais e encontram-se abertas, seguindo as regras locais, além da implementação de todas as medidas necessárias de higiene e distanciamento social, de modo a garantir a segurança de todos os envolvidos”, destaca a companhia.

O número de lojas em operação será diariamente revisado, ampliado ou reduzido, na medida em as autoridades competentes permitam ou restrinjam o seu funcionamento, de forma a garantir a segurança para a preservação da saúde dos colaboradores, clientes, fornecedores e da comunidade, apontou ainda.

Adicionalmente, o centro de distribuição em Anápolis/Goiás, retornou as atividades no dia 20 de abril, após avaliação criteriosa de dados e a adoção de uma série de medidas, como o uso obrigatório de máscaras e medição de temperatura de todos colaboradores. Vale destacar, que o centro de distribuição de Blumenau (SC), permaneceu operando com capacidade reduzida com foco nas operações de e-commerce e key accounts.

A Fitch rebaixou o rating da Embraer de BBB- para BB+, com isso a empresa perdeu o grau de investimento para essa agência, indo para “junk”. Em comunicado, a Fitch informou também que retirou a nota de observação para eventual rebaixamento, mas atribuiu perspectiva negativa.

A ação reflete os “fortes ventos contrários” para a indústria de avaliação civil por causa da pandemia de coronavírus, diz a Fitch. Além disso, ela comenta que o cancelamento do acordo com a Boeing se traduzirá em “desafios adicionais” para a posição competitiva de médio para longo prazo da empresa brasileira, embora isso também abra a possibilidade de arranjos com outras companhias. A Fitch diz que seu cenário base não inclui qualquer reembolso pela Boeing, diante da discussão atual entre as partes e da incerteza sobre o momento de algum eventual pagamento pela não realização do negócio.

A perspectiva negativa é fruto das “elevadas incertezas” no setor de aviação e também diante do risco de que continuem a vigorar medidas de distanciamento mais adiante no segundo semestre de 2020 e no início de 2021, aponta a Fitch.

Hapvida (HAPV3) 

A operadora de planos de saúde Hapvida, uma das maiores do país, lançou um programa de recompra das ações que estão no mercado. A Hapvida informou que pretende recomprar pouco mais de 21,7 milhões de ações ordinárias durante 18 meses, a partir de ontem. Segundo a empresa, as operações serão intermediadas pelas corretoras dos bancos Itaú, Bradesco e Santander Brasil. No total, a Hapvida estima que possua mais de 217 milhões de ações ordinárias no mercado. “A administração da companhia definirá a oportunidade e a quantidade de ações a serem efetivamente adquiridas”, comentou a empresa.

A Petrobras comunicou na noite de ontem que mudará a sua métrica para medir o endividamento da empresa. O Conselho de Administração da estatal afirmou que levará em conta, para o período 2020-2024, não mais a relação dívida líquida sobre o Ebitda – lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização, mas sim a própria dívida bruta em dólares. Muitas petrolíferas calculam endividamento e outros dados financeiros em dólares, que é a moeda usada nos mercados internacionais do petróleo e gás natural.

“A revisão da métrica considerou a alta volatilidade do indicador dívida líquida-Ebitda, extremamente sensível à volatilidade do Brent, e o foco da administração da companhia na redução da sua dívida total”, informou a empresa em comunicado.

“A meta aprovada de dívida bruta para 2020 é de US$ 87 bilhões, mesmo patamar de fechamento de 2019, devido à adversidade no cenário global atual, em função dos impactos decorrentes da pandemia do Covid-19 e dos choques nos preços do petróleo”, explicou a estatal. “Cabe ressaltar que a Petrobras continua a perseguir a metade de redução da dívida bruta para US$ 60 bilhões”.

A produção industrial da unidade de Rio Verde (GO) encontra-se suspensa momentaneamente, disse a BRF em nota enviada pela assessoria de imprensa.

A companhia está fazendo revisões no sistema de abastecimento de água local para retorno às suas atividades normais nos próximos dias, diz a nota. O Ministério da Agricultura suspendeu as operações por problemas no abastecimento de água.

Engie Brasil (EGIE3)

A Engie Brasil esclareceu ontem que pagará juros sobre dividendos aos acionistas, relativos a 2019, no valor total de R$ 354 milhões. A subsidiária brasileira da matriz francesa de energia informou que o pagamento será feito no dia 1º de julho de 2020. Farão jus ao pagamento os acionistas que mantiveram ações da empresa até e durante o dia 2 de dezembro de 2019.

Usiminas (USIM5)

A Usiminas aprovou o pagamento de dividendos no total de R$ 50,6 milhões. A siderúrgica detalhou que o pagamento será feito hoje, 29 de abril. Farão jus aos dividendos os acionistas que mantiveram suas ações até ontem, 28 de abril. A companhia informou que as ações negociadas já nesta quarta-feira o serão na forma “ex-dividendos”.

 Eneva (ENEV3) e AES Tietê (TIET11)

Depois da B3 reafirmar o direito dos acionistas preferencialistas de empresas listadas no Nível 2 (um dos segmentos de governança corporativa da bolsa), a Eneva já está nos trâmites finais para colocar na mesa mais uma oferta para incorporar a AES Tietê, segundo o Broadcast. Na véspera, a Reuters já havia destacado que a Eneva estava se preparando para oferecer uma nova proposta para a união entre as duas companhias. Veja mais sobre o caso clicando aqui. 

 

(Com Agência Estado)

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