RD tem lucro 45% maior e Minerva reverte prejuízo no 1º tri; Embraer rebaixada a “junk” pela Fitch e mais destaques
abril 29, 2020SÃO PAULO – Além dos resultados de Vale (VALE3) e Cielo (CIEL3), outras notícias ganharam destaque no noticiário corporativo, como os números da RD (RADL3) e Minerva (BEEF3) do primeiro trimestre de 2020, a previsão para a dívida bruta da Petrobras (PETR3;PETR4) em 2020, a abertura gradual de lojas da Cia. Hering (HGTX3) e o rebaixamento do rating da Embraer (EMBR3) pela Fitch. Confira os destaques da noite:
O Conselho de Administração da Petrobras aprovou a revisão da métrica de topo de endividamento constante no Plano Estratégico 2020-2024, substituindo o indicador de dívida líquida/ EBITDA pelo indicador de dívida bruta.
Conforme apontou a estatal, a meta aprovada de dívida bruta para 2020 é de US$ 87 bilhões, mesmo patamar de fechamento de 2019, devido à adversidade no cenário global atual, em função dos impactos decorrentes da pandemia do coronavírus e do choque de preços do petróleo.
“A revisão da métrica considerou a alta volatilidade do indicador dívida líquida/EBITDA, extremamente sensível à volatilidade do Brent, e o foco da administração da companhia na redução de sua dívida total. A indicação da dívida bruta como métrica de topo reduz o impacto da volatilidade do preço do Brent e reflete de forma mais direta o endividamento da empresa e de maneira mais precisa as ações de gestão da companhia como: redução de custos, revisão da carteira de investimentos e ajustes no capital de giro”, justificou a empresa.
A estatal apontou que continua perseguindo a redução da dívida bruta para US$ 60 bilhões, em linha com a nova política de dividendos já anunciada, que prevê aumento da remuneração aos acionistas quando a dívida bruta alcançar esse patamar ou for inferior.
A companhia de farmácias RD teve um lucro líquido de R$ 152,8 milhões no primeiro trimestre de 2020, alta de 45% na comparação com os R$ 105,5 milhões registrados em igual período de 2019. O Ebitda ajustado foi de R$ 369,35 milhões, alta de 36,7%.
A receita bruta foi de R$ 5,2 bilhões, com crescimento de 25,3% (11,5% para lojas maduras no varejo). A margem Ebitda ajustada foi de 7,1%, alta de 0,6 ponto percentual.
Conforme destacou a companhia, a pandemia do coronavírus teve um impacto profundo nas operações no mês de março. “Com o aumento da demanda digital, nosso volume de atendimentos quase triplicou. O início da transformação digital em 2019 provou ser fundamental, nos permitindo alavancar as funcionalidades, performance e experiência dos nossos aplicativos e sites por meio dos times ágeis, bem como preparar a infraestrutura omnichannel com até um ano de antecedência, a qual vem sendo ampliada desde o início da pandemia”, destacou a empresa no release de resultados.
A RD apontou que o serviço de compra e retirada já está disponível em 100% das lojas, e o número de lojas com entregas totalizou 191 lojas em 46 cidades no final de março, frente a 131 lojas em 27 cidades no final do ano.
“Nosso objetivo é chegar a 340 lojas em 174 cidades até o final de junho, o que será fundamental para alavancarmos as entregas rápidas com abrangência nacional. Por fim, introduzimos um programa de entrega de bairro dentro de um raio de 300 metros das nossas lojas para quem faz pedidos diretamente às lojas por telefone ou rede social, com entrega imediata e gratuita, e instituímos também a retirada de pedidos na calçada e por drive-thru”, apontou.
A RD destacou ainda que, apesar das restrições impostas nas atividades comerciais e sociais, 95% das farmácias da rede continuam abertas, sendo a exceção as filiais localizadas em shoppings.
A gestão da companhia ressaltou que, além de máscaras e álcool em gel, houve poucos problemas de suprimento graças à rede de 11 centros de distribuição.
Ainda foi apontado que as vendas no trimestre foram significativamente acima do normal durante as duas semanas anteriores às restrições.
“Durante esse pico, a demanda foi concentrada em medicamentos, especialmente itens de OTC, às custas de HPC. Contudo, as vendas começaram a cair a partir do final de março, resultando em um crescimento total consolidado das vendas no período entre 1 e 27 de abril de 2,2% sobre o mesmo período de 2019 (incluindo efeito calendário de -2,8%), em parte devido ao fechamento de aproximadamente 5% das lojas fechadas por causa do COVID-19, todas localizadas em shopping centers”, complementam.
A companhia ainda reiterou seu guidance para 2020, projetando 240 aberturas brutas de lojas. A RD inaugurou 39 lojas e fechou 5 no primeiro trimestre deste ano.
A Minerva Foods teve lucro líquido de R$ 271 milhões no primeiro trimestre deste ano, revertendo prejuízo de R$ 31,4 milhões em igual período de 2019.
A receita bruta consolidada foi de R$ 4,4 bilhões no primeiro trimestre, enquanto a receita líquida totalizou 4,1 bilhões de reais, alta de 11,8% na base de comparação anual.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda), por sua vez, somou R$ 381,5 milhões, 16% maior frente igual intervalo de 2019.
A divisão Brasil foi responsável por 48% do faturamento; a Athena Foods – que opera no Uruguai, Paraguai, Colômbia, Chile e Argentina – contribuiu com 43% do total.
Cia. Hering (HGTX3)
A Cia. Hering informou ter reiniciado gradualmente a reabertura de lojas físicas em localidades específicas.
“Atualmente, 104 lojas físicas da companhia já retomaram suas atividades comerciais e encontram-se abertas, seguindo as regras locais, além da implementação de todas as medidas necessárias de higiene e distanciamento social, de modo a garantir a segurança de todos os envolvidos”, destaca a companhia.
O número de lojas em operação será diariamente revisado, ampliado ou reduzido, na medida em as autoridades competentes permitam ou restrinjam o seu funcionamento, de forma a garantir a segurança para a preservação da saúde dos colaboradores, clientes, fornecedores e da comunidade, apontou ainda.
Adicionalmente, o centro de distribuição em Anápolis/Goiás, retornou as atividades no dia 20 de abril, após avaliação criteriosa de dados e a adoção de uma série de medidas, como o uso obrigatório de máscaras e medição de temperatura de todos colaboradores. Vale destacar, que o centro de distribuição de Blumenau (SC), permaneceu operando com capacidade reduzida com foco nas operações de e-commerce e key accounts.
A Fitch rebaixou o rating da Embraer de BBB- para BB+, com isso a empresa perdeu o grau de investimento para essa agência, indo para “junk”. Em comunicado, a Fitch informou também que retirou a nota de observação para eventual rebaixamento, mas atribuiu perspectiva negativa.
A ação reflete os “fortes ventos contrários” para a indústria de avaliação civil por causa da pandemia de coronavírus, diz a Fitch. Além disso, ela comenta que o cancelamento do acordo com a Boeing se traduzirá em “desafios adicionais” para a posição competitiva de médio para longo prazo da empresa brasileira, embora isso também abra a possibilidade de arranjos com outras companhias. A Fitch diz que seu cenário base não inclui qualquer reembolso pela Boeing, diante da discussão atual entre as partes e da incerteza sobre o momento de algum eventual pagamento pela não realização do negócio.
A perspectiva negativa é fruto das “elevadas incertezas” no setor de aviação e também diante do risco de que continuem a vigorar medidas de distanciamento mais adiante no segundo semestre de 2020 e no início de 2021, aponta a Fitch.
(Com Agência Estado)
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