Ibovespa Futuro cai mais de 1% refletindo ADRs na véspera e destoa de recuperação no exterior

Ibovespa Futuro cai mais de 1% refletindo ADRs na véspera e destoa de recuperação no exterior

abril 22, 2020 Off Por Today Newsroom

mercado bolsa índices alta ações gráfico
(Getty)

SÃO PAULO – O mercado brasileiro volta do feriado em queda, ainda absorvendo o movimento da véspera, quando a B3 ficou fechada por conta do feriado e o índice de ADRs Brazil Titans 20 caiu 3,3%, em meio à forte queda do petróleo.

Às 09h05 (horário de Brasília), o Ibovespa Futuro registrava queda de 1,33%, aos 78.495 pontos, enquanto o dólar futuro para maio avançava 0,14%, para R$ 5,329.

Já no mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2022 cai 17 pontos-base a 3,14%, enquanto o DI para janeiro de 2023 cai 15 pontos, a 4,18%. O contrato para janeiro de 2025 tem queda de 18 pontos-base a 5,80%

No exterior, as bolsas europeias abriram em alta e os futuros de Nova York avançam. Após dois dias de pregões no vermelho, provocados pelo sell-off do petróleo, as bolsas de valores voltam a atenção para os resultados corporativos. Na Ásia, os mercados fecharam com pequenos avanços, com a exceção de Tóquio.

O Senado dos Estados Unidos aprovou na terça-feira um pacote de US$ 484 bilhões em socorro às pequenas e médias empresas. Segundo a CNBC, o presidente Donald Trump sancionará o pacote até amanhã.

O número de pessoas atingidas pelo coronavírus nos EUA continua a crescer e ultrapassou 820 mil na manhã de hoje, segundo dados da Universidade Johns Hopkins. O número de mortos pela doença nos EUA superou 43 mil. No mundo, foram confirmados até agora 2,5 milhões de casos da Covid-19, com 176 mil mortes.

“Nesta semana os investidores percebem que mesmo que a situação da pandemia melhore a curto prazo, os impactos sobre a economia crescem a uma velocidade alarmante. Sem nenhuma demanda por dois meses, os preços da energia desabam enquanto os estoques do petróleo disparam”, disse Jim Paulsen, estrategista-chefe da Leuthold Group à CNBC.

No mercado de commodities, o brent em Londres chegou a recuar para US$ 16, no menor nível em quase 21 anos, em meio ao excesso de oferta que levou futuros WTI da commodity abaixo de zero pela 1ª vez na história na última segunda-feira, enquanto o petróleo WTI para junho chegou a US$ 11. Contudo, o movimento foi amenizado durante a manhã.

Agenda econômica

A arrecadação de tributos federais e contribuições previdenciárias deve ter alcançado R$ 111,2 bilhões em março, segundo estimativa mediana em pesquisa Bloomberg. Os números podem ser os primeiros a mostrar impacto da crise do coronavírus, que chegou à China em dezembro e teve os primeiros casos no Brasil registrados em fevereiro. A Receita divulga indicador às 10h30 e comenta desempenho em coletiva de imprensa virtual às 11h.

Já o Banco Central oferta até 10 mil contratos de swap cambial para rolagem, das 11h30 às 11h40. O BC também divulga fluxo cambial semanal às 14h30.

Noticiário político

Um plano gradual de reabertura da economia de São Paulo deve ser anunciado nesta quarta pelo governo do Estado, com implementação a partir de 11 de maio. Quando a quarentena foi prorrogada, na semana passada, o comitê de gestão da crise da covid-19 passou a se debruçar sobre um plano para estabelecer quais setores e quais regiões do Estado de São Paulo poderão voltar a funcionar gradativamente.

Doria disse ao jornal Folha de S. Paulo que só dará detalhes sobre o plano em 8 de maio. “Vamos seguir os passos da ciência”, disse. Questionado sobre o voto dado em Bolsonaro em 2018, Doria mostrou-se arrependido: “Não tinha a perspectiva de ter um presidente que pudesse vir a ter comportamentos tão irresponsáveis, tão condenáveis”.

O mundo político já está de olho na eleição para a presidência da Câmara dos Deputados. Segundo o Estadão, nos bastidores, o presidente Jair Bolsonaro se movimenta para impulsionar a campanha do deputado Marcos Pereira (SP) nessa disputa, marcada para fevereiro de 2021.

Ainda no radar, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a abertura de inquérito sobre as manifestações realizadas em 19 de abril, domingo passado, a favor de um golpe militar no Brasil, informam os jornais Folha de S. Paulo e O Globo.

O presidente Jair Bolsonaro, que esteve em uma delas em Brasília (DF), não é investigado, mas pode se tornar alvo se houver indício de que ajudou na organização dos atos, que também aconteceram em São Paulo e no Rio de janeiro.

Segundo Moraes, o ato do dia 19 “revela-se gravíssimo, pois atentatório do Estado Democrático de Direito brasileiro e suas instituições republicanas”. Vale notar que o pedido para que as investigações fossem abertas foi feito na segunda-feira pelo procurador-geral da República, Augusto Aras.

Noticiário corporativo

O Conselho de administração da Eneva decidiu encerrar as tratativas em torno da Proposta para fusão com a AES Tietê – mesmo a tendo mantido em vigor desde 1º de março de forma inalterada, inclusive diante dos impactos no mercado financeiro e de capitais decorrentes do COVID-19, segundo comunicado.

A Eneva diz que “operação não deveria seguir, nesse momento, em meio a um provável embate acerca dos direitos dos acionistas titulares de ações preferenciais da AES Tietê e os interesses do
acionista controlador daquela companhia.

A AES Tietê informou ontem à CVM que “não tem conhecimento” do conteúdo de uma matéria publicada no site da revista Exame, a qual afirmou que a matriz da empresa, nos Estados Unidos, planeja comprar a participação do BNDES na companhia brasileira. O BNDES possui atualmente 28,41% de participação acionária na AES Tietê, um valor correspondente a R$ 1,8 bilhão, segundo informações do banco estatal.

Atenção para as mudanças em Conselhos de Administração. Michael Klein deixará a presidência do conselho de administração da Via Varejo (VVAR3), informou a companhia na noite de segunda.

O ressegurador IRB Brasil Re (IRBR3) também anunciou mudanças. A partir da renúncia de executivos indicados por acionistas da companhia como Bradesco e Itaú Unibanco, selecionou, com o auxílio da consultoria Korn Ferry, novos membros que incluem a ex-S&P Regina Nunes, além de especialistas nas áreas de seguros, contabilidade e governança corporativa.

Já a Energisa postergou R$ 500 milhões em investimentos previstos para 2020. A Anima comunicou ontem que realizará as suas assembleias gerais ordinária e extraordinária, no dia 29 de abril, apenas por meio digital. Será a primeira empresa no Brasil a usar o recurso, sem assembleias físicas, por causa da epidemia do Covid-19.

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