Bolsas globais já perderam mais de 11 vezes o PIB do Brasil em valor de mercado desde janeiro

Bolsas globais já perderam mais de 11 vezes o PIB do Brasil em valor de mercado desde janeiro

abril 20, 2020 Off Por Today Newsroom

trader operador brooker bolsa ações mercados crash baixa down circuit breaker
(Getty Images)

SÃO PAULO — Desde que atingiu o pico de US$ 89 trilhões em janeiro deste ano, o valor de mercado de todas as empresas de capital aberto no mundo já caiu US$ 15,7 trilhões, segundo dados da Bloomberg. É cerca de 11 vezes o PIB do Brasil em 2019, de R$ 7,3 trilhões, segundo o IBGE.

O valor já considera a retomada recente dos mercados, puxados pelas Bolsas americanas, a medida que os países têm anunciado medidas econômicas para conter o impacto negativo da pandemia de coronavírus.

Na pior fase da crise, no final de março, as perdas chegaram a US$ 30 trilhões — bem mais do que o PIB dos Estados Unidos, estimado em torno de US$ 21,5 trilhões no ano passado. Veja o gráfico abaixo.

Perda de valor de mercado das empresas globais de capital aberto
Perda de valor de mercado das empresas globais de capital aberto

Considerando a desvalorização de outros ativos além das ações, como imóveis, private equity e commodities, as perdas globais ultrapassam US$ 50 trilhões, segundo Otavio Costa, gestor da Crescat Capital. A gestora administra cerca de US$ 50 milhões e seu fundo macro teve um dos melhores desempenhos no mercado americano em 2019, com alta de 41%.

“O coronavírus foi a agulha que estourou a bolha. Estávamos vendo uma distorção de preços e fundamentos, não só do mercado aberto”, disse Costa. Para ele, “a gente ainda não atingiu o fundo do poço.”

“Quem vai socorrer quem? Não é uma situação fácil, nos EUA, o governo está quebrado. Sem ganho corporativo, sem gastos das pessoas, o governo vai receber muito pouco em impostos comparados aos gastos que terão nos próximos meses”, disse. “Se o PIB está caindo e o déficit está aumentando, a coisa vai explodir.”

Para Costa, os US$ 6 trilhões de ajuda anunciados até agora não serão suficientes para conter os efeitos negativos sob a economia americana: “devemos chegar aos US$ 10 trilhões no fim do ano se a coisa continuar assim.”

O gestor diz que há uma escassez de dólares fora dos EUA de cerca de US$ 13 bilhões. “Muitas oportunidades vão surgir num momento de crise, mas na nossa visão o setor que mais vai se beneficiar será o de metais, principalmente o ouro”, completou.

Na contramão, o Goldman Sachs avalia que, sim, o pior já passou — pelo menos para o mercado acionário americano. Isso se deve, segundo o banco, à postura de “fazer o que for necessário” da equipe do governo.

A combinação de apoio político sem precedentes e o achatamento da curva viral reduziu “drasticamente” os riscos para os mercados e para a economia dos EUA, disseram estrategistas como David Kostin em relatório.

Mas eles fazem uma ressalva: as Bolsas americanas só não vão atingir novas mínimas se os EUA não enfrentarem uma segunda onda de contágios após a reabertura da economia. Alguns estados do país já estão começando a relaxar a política de isolamento social, mesmo com o colapso observado em outros estados, como Nova York.

“O Fed e o Congresso impediram a perspectiva de um colapso econômico completo”, escreveram os estrategistas. Segundo o banco, essas políticas significam que a previsão anterior de curto prazo, de 2.000 pontos para o índice S&P 500, “não é mais provável”.

Tudo o que você precisa saber para lucrar na Bolsa de Valores operando da sua casa em um curso gratuito: clique aqui e participe!

waiting...