Se Huawei não puder fornecer 5G, vai custar muito mais caro, diz Mourão

Se Huawei não puder fornecer 5G, vai custar muito mais caro, diz Mourão

dezembro 7, 2020 Off Por Today Newsroom

( Pequim – China, 21/05/2019) Vice-Presidente da República, Hamilton Mourão, durante entrevista ao canal CGTN, Espanhol. Foto: Adnilton Farias / VPR

O vice-presidente Hamilton Mourão reconheceu nesta segunda-feira que, se a chinesa Huawei não puder fornecer equipamentos para o 5G no Brasil, o custo da tecnologia no País será muito mais elevado.

“Hoje, 40% da infraestrutura que nós temos de 3G e 4G é da Huawei. Se a Huawei não puder fornecer o equipamento (de 5G), vai custar muito mais caro”, afirmou o vice-presidente durante palestra comemorativa aos 126 anos da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). “Se desmantelar equipamentos (do 5G), quem vai pagar a conta somos nós, consumidores”, completou.

Mourão disse que o leilão do 5G é de frequências e que as “teles já estabelecidas aqui vão disputar o leilão”. Segundo ele, na infraestrutura, das cinco maiores empresas, duas são chinesas. “A empresa que comprovar respeito à soberania, privacidade e economicidade pode ser contratada”, emendou.

Apesar da fala do vice-presidente, o leilão do 5G no Brasil é alvo de pressões internacionais, envolvendo a disputa entre o governo americano e a empresa chinesa Huawei. A organização é líder no desenvolvimento do 5G, mas é acusada de fazer espionagem e trabalhar com o governo chinês.

Conforme o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) apurou e noticiou em 29 de novembro, o governo de Jair Bolsonaro procura alternativas, dentro da lei, para limitar a participação da Huawei na implementação das redes do 5G no País.

A ideia seria estabelecer uma barreira com base em requisitos técnicos ou de segurança, sem citar o nome da Huawei, mas que, na prática, impeçam a empresa de participar do mercado 5G.

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Recentemente, as principais teles do País cobraram transparência nas decisões do governo a respeito da tecnologia. Preocupadas com as “incertezas” no processo, o Conexis Brasil Digital divulgou nota oficial em que pede para que as operadoras participem das discussões e pregou que elas sejam feitas de forma ampla e a partir de critérios técnicos.

“Esse ambiente de incertezas pode impactar o desempenho do setor, pois eventuais restrições implicarão potenciais desequilíbrios de custos e atrasos ao processo, afetando diretamente a população”, afirmou a Conexis Brasil na ocasião, ao lembrar também que todos os fornecedores globais já atuam no País nas tecnologias 4G, 3G e 2G.

A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) estima que a empresa chinesa esteja em algo entre 35% a 40% das redes brasileiras atualmente em operação. As operadoras, no entanto, afirmam que essa fatia é ainda maior, de 45% a 65% entre as maiores, e de até 100% dependendo da região.

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