Trump expurga diretor que negou fraude em eleição

Trump expurga diretor que negou fraude em eleição

novembro 18, 2020 Off Por Today Newsroom

Chris Krebs chefiava a Agência de Cibersegurança e Segurança de Infraestrutura crédito: Wikimedia Commons

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, expurgou o diretor da Agência de Cibersegurança e Segurança de Infraestrutura (Cisa) do governo, Chris Krebs, após ele ter assinado um documento negando a existência de fraudes nas eleições de 3 de novembro.

A decisão, como de hábito na gestão do republicano, foi anunciada por meio de uma mensagem no Twitter. “A recente declaração de Chris Krebs sobre a segurança das eleições de 2020 foi altamente imprecisa, pois houve grandes impropriedades e fraudes, incluindo pessoas mortas votando, observadores impedidos de entrar nos locais de votação, falhas nas urnas, que mudaram votos de Trump para Biden, votos atrasados e muito mais”, escreveu o presidente.

Também como de costume, o mandatário não apresentou nenhuma prova de suas acusações, e o Twitter assinalou a mensagem com o alerta de que as denúncias de fraude no pleito de 3 de novembro são “controversas”.

“Portanto, com efeito imediato, Chris Krebs foi demitido do cargo de diretor da Agência de Cibersegurança e Segurança de Infraestrutura”, acrescentou Trump. Já Krebs postou no Twitter que se sente “honrado” por ter servido ao país. “Nós fizemos certo. Defender hoje, proteger amanhã”, afirmou.

Há cerca de uma semana, diversas autoridades eleitorais e de segurança cibernética dos EUA, incluindo a Cisa, assinaram um documento conjunto no qual definem as eleições de 3 de novembro como as “mais seguras na história” do país.

A agência é subordinada ao Departamento de Segurança Interna, o equivalente americano ao Ministério do Interior. “A eleição de 3 de novembro foi a mais segura na história da América. Neste exato momento, por todo o país, oficiais eleitorais estão revisando e checando duplamente todo o processo eleitoral antes de oficializar o resultado”, diz a nota.

Sem citar nomes, o documento afirma que, embora existam “muitas alegações infundadas e oportunidades de desinformação sobre o processo eleitoral”, as autoridades garantem ter “a maior confiança na segurança e na integridade das eleições”. “E vocês também deveriam ter”, acrescenta.

O democrata Joe Biden venceu a disputa ao conquistar 306 dos 538 votos no colégio eleitoral, mesmo resultado obtido por Trump em 2016. Insistindo no discurso de fraude, o presidente já sofreu diversas derrotas em tentativas de obstruir a apuração.

Na última terça-feira, o conselho eleitoral do condado de Wayne, onde Biden venceu por 68,1% a 30,7% e garantiu 587 mil de seus 2,8 milhões de votos no Michigan, certificou os resultados do pleito, após os dois membros republicanos do comitê terem voltado atrás em sua decisão de não autenticá-los.

Trump chegou a comemorar no Twitter a “coragem” dos integrantes do conselho eleitoral, mas, após o recuo, passou a insistir novamente em denúncias não comprovadas de fraude.

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