SES alerta sobre os riscos de vírus semelhante ao HIV
novembro 10, 2020Apesar de ainda ser pouco conhecido no país, o Vírus T-Linfotrópico Humano do Tipo 1 (HTLV-1) é da mesma família do HIV. Nesta terça-feira, 10, Dia Mundial de Combate ao Vírus, data escolhida pela Associação Internacional de Retrovirologia para alertar e mobilizar a sociedade e o poder público, com relação a uma infecção pouco conhecida, com sinais e sintomas imperceptíveis na maioria dos casos. Por isso, a Secretaria de Estado da Saúde (SES), através do Programa IST/Aids, recomenda a população para os cuidados com a prevenção da infecção que, também como o HIV, ainda não tem cura.
“Na linguagem popular o HTLV-1 é o primo do vírus HIV e ataca o sistema nervoso e imunológico da pessoa infectada, ocasionando fraqueza principalmente nos membros inferiores, podendo levar até a uma paralisia. E assim como o HIV, ainda não há cura para o HTLV-1 o tratamento é apenas sintomático, portanto, precisamos divulgar mais a existência desse vírus para que as pessoas se previnam, evitando a infecção. Então, além de usar preservativo nas relações sexuais, deve-se ter cuidado com o compartilhamento de seringas, com a transfusão de sangue e o aleitamento materno, já que o vírus pode ser transmitido da mãe para o bebê”, alerta o gerente do programa, Almir Santana.
Segundo Santana, é importante destacar que a maioria dos pacientes permanece sem manifestar sintomas, no entanto, alguns indivíduos podem apresentar uma doença inflamatória por lesão na medula espinhal (mielopatia). “Pode também, de forma mais rara, apresentar sintomas relacionados com a presença de leucemia e linfomas: lesões cutâneas, alterações visuais, aumento dos linfonodos (Gânglios inchados), fraqueza, dormência e formigamento nos membros inferiores, perturbações urinárias, principalmente dificuldade para urinar ou de controle da micção”, disse.
Ele informa ainda que o vírus HTLV-1 está sendo detectado em bancos de sangue, no momento em que a pessoa voluntariamente vai fazer uma doação e passa por uma série de exames. Em Sergipe, os pacientes infectados pelo vírus são assistidos pelo Hospital Universitário (HU) onde recebem o devido tratamento. Os testes de diagnósticos ainda não estão disponíveis nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) ligadas ao SUS.
Dados de 2015 revelam que das 22.825 amostras coletadas e testadas pelo Centro de Hemoterapia de Sergipe (HEMOSE) 32 foram reagentes, número que caiu para 24 em 2018, quando foram analisadas 21.193 amostras. Em 2020 ocorreu um acréscimo, quando 28 pacientes foram detectados com o vírus HTLV-1 no alcance de 18.095 testados. “Lembrando que não há cura para o vírus e, por isso, a prevenção é ainda mais importante, que os esforços continuem para implantar os testes de diagnóstico no SUS e a descoberta e implementação de tratamento específico da infecção e de suas consequências”, ressalta o gerente do Programa IST/Aids, Almir Santana.
Fonte: SES