Controlador vende quase metade da fatia na Azul; Eneva dá mais prazo para AES Tietê avaliar fusão e outros destaques

Controlador vende quase metade da fatia na Azul; Eneva dá mais prazo para AES Tietê avaliar fusão e outros destaques

abril 14, 2020 Off Por Today Newsroom

Avião da Azul

A Eneva Energia comunicou na noite de ontem que a AES Tietê já tem conhecimento detalhado da proposta de aquisição feita pela empresa há mais de 40 dias.

No começo de março, a AES Tietê classificou a oferta como hostil (não solicitada), mas as empresas continuam a negociar. A Eneva informou que discutirá a transação em uma reunião do seu Conselho em 21 de abril. A Eneva ressaltou aos acionistas da AES Tietê que a proposta, que prevê o pagamento de R$ 2,75 bilhões em dinheiro, mais a troca de 91,9 milhões de ações, é “vantajosa”. A AES Tietê respondeu na noite de ontem que analisa a proposta. Já a rede de laboratórios Instituto Hermes Pardini informou que captará R$ 200 milhões com o Itaú Unibanco e o Santander para reforçar seu caixa.

A Azul comunicou após o fechamento do mercado na última segunda-feira, que seu controlador e fundador, David Neeleman, reduziu em quase 50% sua participação na aérea, conforme formulário de posição consolidada enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Clique aqui para acessar o comunicado.

Neeleman vendeu 9,3 milhões de PNs, diminuindo o total de PNs de 11,4 milhões para 2,11 milhões e levantando R$ 155,3 milhões com as vendas.

As vendas ocorreram entre os dias 12 e 18 de março e foram feitas pela corretora do Citigroup, atingindo preços de R$ 10,60 a R$ 23,54. O maior volume financeiro transacionado ocorreu no dia 16, quando houve a venda de 2,75 milhões de ações PNs a um preço de R$ 17,16, totalizando um volume de R$ 47,20 milhões.

Neeleman começou a se desfazer de sua posição acionária quando os papéis já estavam sofrendo uma forte queda por conta da crise do novo coronavírus (Covid-19), que levou a restrições de viagens no mundo todo. No ano, os papéis caem 72,29%.

O empresário, contudo, mantém o controle da Azul através das ONs, que proporcionam direito a voto, com 622 milhões de papéis. Cada ação preferencial vale 75 ações ordinárias. Assim, ele possui 8 milhões de ações preferenciais equivalentes, na forma de ações ordinárias. Esse montante, somado às 11,4 milhões de ações preferenciais originais, atingiam as 19 milhões de “ações preferenciais ajustadas”, conforme destaca a companhia. Desta forma, depois da venda de 9,3 milhões de papéis preferenciais, ele possui participação de 3,05% do capital total da Azul, ante 5,8% detidos anteriormente.

A Eneva Energia comunicou na noite de ontem que a AES Tietê (TIET11) já tem conhecimento, em detalhes, da proposta para a sua aquisição. A proposta prevê o pagamento de R$ 2,75 bilhões aos acionistas da AES Tietê pela Eneva e a incorporação da holding da empresa paulista pela fluminense. O acordo prevê que, além do pagamento, serão emitidas 91,9 milhões de novas ações ordinárias da Eneva, que serão trocadas na razão de uma para uma para cada ação ordinária da holding AES Tietê.

“Os termos vigentes da operação proposta pela Eneva, apresentados anteriormente à epidemia causada pelo Covid-19, são vantajosos aos acionistas da AES Tietê, que receberão parcela significativa em dinheiro”, declarou a Eneva, que terá uma reunião no dia 21 de abril para discutir a oferta. A AES Tietê confirmou que recebeu os documentos, analisa a proposta e elogiou a extensão do prazo da oferta, pela parte da Eneva.

Hermes Pardini (PARD3)

O Conselho de administração do Instituto Hermes Pardini aprovou na noite de ontem a captação de R$ 200 milhões no Itaú Unibanco e no Santander. A rede de laboratórios captará R$ 100 milhões em cada banco, com vencimento em 12 meses, pagando 100% da taxa DI mais 3,45% ao ano no Itaú e 100% da DI mais 3,65% ao ano no Santander. O Hermes Pardini usará os recursos para aumentar a liquidez de caixa no cenário “de volatilidade, em razão da pandemia mundial do coronavírus”.
Em outro comunicado, o Hermes Pardini informou que proporá um aumento de capital de R$ 89,3 milhões na empresa, na próxima assembleia geral extraordinária em Belo Horizonte (MG) em 28 de abril.

No ano passado, o Hermes Pardini apurou um lucro líquido de R$ 158 milhões. A empresa informou que distribuiu R$ 34 milhões aos acionistas em juros sobre o capital durante o ano passado. Se o aumento for aprovado, o capital social da empresa subirá para R$ 425,4 milhões, incorporando parte da reserva de lucros. O Conselho também deverá propor a distribuição complementar de R$ 2,9 milhões em dividendos aos acionistas. A rede de laboratórios informou que planeja investir R$ 107 milhões em 2020.

Transmissão Paulista (TRPL4) 

A Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista (CTEEP) informou que pagará juros sobre capital próprio aos acionistas no valor total de R$ 150,3 milhões, correspondente a R$ 0,228164 para cada ação. Segundo a empresa, o pagamento ocorrerá dia 29 de abril. A data de corte será 16 de abril e a partir do dia 17 as ações TRPL3 e TRPL4 serão negociadas ex-juros sobre o capital próprio.

Camil (CAML3)

A Camil Alimentos ingressou com uma solicitação de acesso junto ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para participar como interessada no processo que avalia a compra da divisão de café da Mitsui pelo Grupo 3corações, informa o jornal Valor Econômico.

No documento, assinado pelo advogado Olavo Chinaglia, a líder brasileira do mercado de arroz e feijão sustenta que a aquisição teve “o efeito de dificultar o ingresso da Camil no mercado de café”.

Burger King (BKBR3)

O Burger King Brasil recebeu R$ 50 milhões de empréstimo, junto ao banco Itaú BBA, para preservação da saúde do caixa, prejudicado pela pandemia de coronavírus.

Com prazo de até um ano, a contratação do crédito bancário foi aprovada pelo Conselho de Administração da companhia no dia 7 de abril.

Em continuidade do fato relevante do dia 27 de março, a empresa destacou que o cenário de incertezas econômicas e políticas no Brasil, desencadeado pela Covid-19, impactou diretamente as operações da empresa, com a limitação na circulação de pessoas e o fechamento das lojas físicas afetando especialmente o caixa da companhia.

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