Ibovespa Futuro sobe seguindo recuperação do pré-market dos EUA; dólar cai a R$ 5,27
setembro 11, 2020SÃO PAULO – O Ibovespa Futuro abre em leve alta nesta sexta-feira (11) seguindo a recuperação do pré-market dos Estados Unidos apesar da situação mais tensa na União Europeia. Ontem, o bloco ameaçou uma ação legal caso o Reino Unido não mude o projeto de lei que permite violar parte do acordo de Brexit.
Entre os indicadores nacionais, o volume de serviços brasileiro cresceu 2,6% em julho na comparação com junho, caindo 11,9% em relação ao mesmo mês do ano passado. O dado anual veio pior que a mediana das projeções dos economistas compilada no consenso Bloomberg, que apontava para queda de 10,1%.
Às 09h12 (horário de Brasília) o contrato futuro do Ibovespa para outubro tinha alta de 1,02%, aos 99.355 pontos.
Enquanto isso, o dólar comercial cai 0,86% a R$ 5,2729 na compra e a R$ 5,2741 na venda. O dólar futuro para outubro tem queda de 0,86%, a R$ 5,279. Cabe destacar que, em live na véspera, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que mantém conversas com ministros e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, para entender os motivos da alta do dólar ante o real e se algo pode ser feito para atenuar o movimento.
No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2022 tem baixa de um ponto-base a 2,82%, o DI para janeiro de 2023 opera estável a 4,08%, o DI para janeiro de 2025 cai um ponto-base a 5,95% e o DI para janeiro de 2027 varia negativamente um ponto-base a 6,93%.
Continua no Brasil o debate sobre a alta dos preços dos alimentos. Ontem, o Ministério da Economia enviou ao Ministério da Justiça um ofício questionando a decisão de notificar os setores de varejo e produção de alimentos sobre a alta dos preços. A resposta deve ser dada no prazo de cinco dias.
Depois do arroz, notícias apontam que o governo avalia zerar a tarifa de importação da soja para conter a alta nos preços.
Alta dos alimentos
Depois de o Ministério da Justiça ter notificado a Associação Brasileira de Supermercados e representantes de produtores de alimentos sobre a alta dos preços, o Ministério da Economia mostrou sua insatisfação com a medida. Ontem, a pasta enviou ao Ministério da Justiça um ofício questionando a decisão de notificar os setores. A resposta deve ser dada no prazo de cinco dias.
De acordo com a Folha de S.Paulo, o ofício pede que não ocorra controle de preços ou incompatibilidade com os princípios da economia de mercado. A atitude do Ministério da Justiça surpreendeu o Ministério da Economia e também o Ministério da Agricultura, que defendiam o controle de preços por meio da abertura das importações.
Na noite de ontem, o presidente Jair Bolsonaro disse que autorizou a notificação feita pelo Ministério da Justiça sobre o aumento de preços dos alimentos. No entanto, ele negou que exista algum plano de tabelamento ou maiores intervenções no mercado.
“André Mendonça falou comigo: ‘posso botar a Secretaria Nacional de Defesa do Consumidor para investigar, perguntar para supermercados por que o preço subiu?’ Eu falei ‘pode’. E ponto final. Porque, ao chegar a resposta, pode ser que o errado somos nós. Pode ser o governo, daí o governo toma providência e ponto final”, declarou o presidente em live semanal.
Após a Câmara de Comércio Exterior zerar a tarifa de importação de arroz, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, disse ontem que a taxa zero deve beneficiar principalmente Estados Unidos e Tailândia. O presidente da Conab, Guilherme Bastos, afirmou à Reuters que várias indústrias de beneficiamento já agendaram compras com outros países e também citou Estados Unidos e Tailândia como exportadores.
Perspectivas
Apesar do corte de taxa de importação, ontem o arroz voltou a ter preços recordes, de acordo com o Cepea. O presidente da Associação Paulista de Supermercados (Apas), Ronaldo dos Santos, disse que o produto tem tendência de alta para os próximos dois meses se o consumo se mantiver no ritmo atual, ainda segundo a Folha. O produto acumula alta de 19% no ano, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O arroz tem sido o principal produto no debate da alta de preços, mas já se fala em medidas para controlar o preço da soja e dos materiais de construção.
No caso da soja, O Globo informou que o governo poderá reduzir a zero a tarifa de importação, hoje em 10%, até o fim deste ano. Com isso, a oferta doméstica aumentaria, controlando os preços. Já no caso dos materiais de construção, o governo avalia medidas caso os preços não diminuam até o final deste ano.
Além do tema dos preços, outro destaque foi a fala do presidente Jair Bolsonaro sobre o fim do auxílio emergencial. Segundo o presidente, não haverá nova prorrogação do auxílio além dos cinco meses já previstos.
No noticiário nacional, também chama atenção a posse do ministro Luiz Fux na presidência do Supremo Tribunal Federal (STF). Em seu discurso, ele destacou a importância do respeito ao Legislativo e ao Executivo, sem que isso signifique subserviência e excesso de intimidade.
Já sobre a vacina da AstraZeneca e da Universidade de Oxford contra a Covid, foi noticiado que a voluntária dos testes que desenvolveu sintomas de um distúrbio neurológico não integrava o grupo de placebo, ou seja, estava recebendo a vacina experimental. Ela teve alta na quarta-feira e passa bem.
Radar corporativo
Um dos destaques do dia foi a distribuição de proventos da Vale aos acionistas, no montante total bruto de R$ 2,4075 por ação. Já a Azul divulgou os dados de tráfego de agosto, com alta de 26,4% no tráfego de passageiros consolidado (RPKs) em relação a julho de 2020.
Os investidores acompanham notícias de que a maioria dos acionistas da Tecnisa rejeitou os estudos para integração com a Gafisa, em Assembleia Geral Extraordinária (AGE) realizada ontem.
Além disso, a Sul América concluiu a compra da Paraná Clínicas, por R$ 396 milhões, enquanto a Braskem iniciou a produção comercial de polipropileno (PP) de sua nova planta nos Estados Unidos. Está marcada para hoje a estreia das ações da Petz (PETZ3) na B3.
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