Ryanair critica ‘má gestão’ da crise de Covid por governos
setembro 9, 2020(Bloomberg) — Michael O’Leary, diretor-presidente da Ryanair, criticou governos pela forma de lidar com a pandemia de coronavírus. Segundo o executivo, a resposta ineficaz à crise aumentou as dificuldades das companhias aéreas.
Líderes no Reino Unido e na Irlanda estão focados nos dados errados, como a taxa diária de casos de coronavírus, e devem se esforçar mais em programas de teste e rastreamento para fazer a economia andar, disse o CEO da companhia aérea na terça-feira, em entrevista à Bloomberg Television. Ele também criticou as medidas de quarentena britânicas e a mudança de regras em Londres.
“É, em grande parte, má gestão política”, disse O’Leary. “Os alemães e italianos são muito mais eficazes.”
As esperanças de companhias aéreas de uma recuperação no verão foram frustradas pelo aumento dos casos de coronavírus e pela mudança das restrições, muitas vezes sem aviso prévio.
Isso interferiu nas viagens e diminuiu o interesse de passar férias no exterior. A Ryanair, que tem sede em Dublin, e outras operadoras revisaram a programação de voos e estão recorrendo a mais cortes de custos e captação de fundos para enfrentar o inverno de menor demanda.
“O governo precisa propor algumas medidas para dar uma pausa às companhias aéreas e ao setor aéreo neste inverno”, disse O’Leary, repetindo um apelo da indústria para reduzir tarifas para passageiros no Reino Unido.
Debate sobre testes
O governo do Reino Unido minimizou os benefícios da introdução de testes em aeroportos, dizendo que uma quarentena mais longa ainda é necessária. O governo tem adotado medidas que estimulam o consumo, como incentivar a volta aos escritórios, restaurantes e pubs, mas ao mesmo tempo decidiu limitar as reuniões públicas para combater a propagação da doença.
Continuar exigindo o isolamento de passageiros que chegam prejudicará as viagens de negócios durante o outono, disse O’Leary.
Embora as pessoas ainda estejam viajando, principalmente para eventos familiares, como batizados ou casamentos, “há um certo nervosismo”, disse. “É isso que precisamos que o governo resolva.”