Na noite desta terça-feira, 1, cerca de 60 representações estudantis protocolaram uma ação no Ministério Público Federal (MPF) com o objetivo de evitar a instauração do modelo de Ensino Remoto Obrigatório na Universidade Federal de Sergipe (UFS). Os estudantes acreditam que o plano de ensino ameaça lesionar o direito e o acesso à educação pública, considerando a situação de acessibilidade tecnológica dos estudantes em situação de vulnerabilidade econômica.
Para o discente e presidente do Diretório Central dos Estudantes da UFS (DCE), Luiz Felipe Santos, foram identificados vários problemas na modalidade teste do ensino remoto, realizada pela UFS entre os meses de junho e julho. “Nós do DCE identificamos problemas relativos à construção desse ensino, que não foi dialogado com quase nenhum setor, e dificuldades no acesso e participação para a maioria dos estudantes da universidade”, afirma. De acordo com o estudante, a modalidade ameaça a formação acadêmica dos estudantes, criando uma “corrida desigual pelo ensino” entre aqueles que não possuem condições econômicas para uma estratégia que depende de tecnologias.
O estudante ressalta que o atual plano de ensino remoto emergencial foi aprovado sem o consentimento dos alunos da UFS. “Quando trazíamos nossas questões, problemas e vivências como estudamos éramos colocados pra baixo como alguém que não quer construir, quando na verdade estávamos colocando as dificuldades que foram relatadas para nós, enquanto DCE, por estudantes de todos os Campus”, diz ele.
A assessoria de comunicação da Universidade Federal de Sergipe (UFS) informou que, no último dia 26 , todos os esclarecimentos sobre a modalidade de ensino remoto já foram apresentados ao MPF. De acordo com a universidade, os encaminhamentos para a adoção dessa modalidade de ensino serão apreciados pelo Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão.
por Juliana Melo e