Ibovespa vira para queda pressionado por bancos; dólar e DIs caem após dado frustrante dos EUA

Ibovespa vira para queda pressionado por bancos; dólar e DIs caem após dado frustrante dos EUA

setembro 2, 2020 Off Por Today Newsroom

SÃO PAULO – O Ibovespa vira para queda pressionado pelas ações de bancos nesta quarta-feira (2). Itaú Unibanco (ITUB4) cai 1,27%, Bradesco (BBDC3; BBDC4) tem queda de 0,8% e Banco do Brasil (BBAS3) recua 1,29%. Juntos, os papéis dessas três instituições financeiras respondem por 14,9% da carteira teórica do índice.

Mais cedo, a Bolsa subia estendendo os ganhos da véspera, quando o noticiário político impulsionou as compras com as notícias de que a reforma Administrativa será enviada ao Congresso na quinta e a segunda parte da reforma Tributária e o Pacto Federativo também estariam prontos para endereçamento ao Legislativo.

Também faz preço hoje a decepção com o emprego no setor privado dos Estados Unidos. De acordo com o Relatório de Emprego ADP, os EUA criaram 428 mil vagas em agosto, número bem abaixo do 1 milhão esperado pelos economistas segundo o consenso Bloomberg.

Na tarde desta quarta, o Federal Reserve divulga o Livro Bege, com detalhes sobre os indicadores econômicos regionais dos EUA.

Às 10h33 (horário de Brasília) o Ibovespa tinha queda de 0,29%, aos 101.867 pontos.

Enquanto isso, o dólar comercial cai 0,27% a R$ 5,3692 na compra e a R$ 5,3705 na venda. O dólar futuro para outubro virou para queda de 0,37%, a R$ 5,384. O câmbio virou para baixa depois da decepção com o emprego nos EUA.

No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2022 vira para alta de dois pontos-base a 2,81%, o DI para janeiro de 2023 ganha dois pontos-base a 3,98%, o DI para janeiro de 2025 opera estável a 5,77% e o DI para janeiro de 2027 fica estável a 6,74%.

O presidente Jair Bolsonaro disse que encaminhará a proposta para reestruturar as carreiras do funcionalismo público, mas destacou que as novas regras se aplicarão apenas aos futuros servidores. Mesmo assim, grupos de servidores se mobilizam em Brasília para influenciar a proposta.

Outro destaque é a aprovação do novo marco legal do gás na Câmara, que tem como objetivo abrir a concorrência no setor e reduzir o preço do gás natural. De acordo com O Estado de S.Paulo, a mudança pode destravar investimentos de até R$ 43 bilhões e ajudar a reindustrializar o país.

Reforma administrativa

Enquanto digere o pior resultado do Produto Interno Bruto (PIB) da história, o mercado espera para amanhã o envio da proposta de reforma administrativa ao Congresso. Na terça-feira, o presidente Jair Bolsonaro disse que encaminhará a proposta para reestruturar as carreiras do funcionalismo público.

Bolsonaro não detalhou a proposta, mas disse que as novas regras se aplicarão apenas aos futuros servidores, segundo a Agência Senado. A notícia é considerada uma vitória de Guedes e do presidente da Câmara, Rodrigo Maia.

A estratégia anterior do governo era deixar o envio da reforma administrativa para o ano que vem, mas o governo anunciou a decisão ontem, junto com a divulgação de prorrogação do auxílio emergencial, com mais quatro parcelas de R$ 300.

Diante da notícia, grupos de servidores públicos se articulam para dialogar com o governo. De acordo com a CNN, o objetivo é atenuar o texto e incluir alternativas como a fusão de carreiras e cortes de custeio, para evitar o risco de redução de jornada e de salários.

O governo fala sobre a possibilidade de economizar R$ 500 bilhões em dez anos, mas não há clareza sobre como esta meta será atingida. Segundo a publicação, também há questionamentos sobre os critérios que vão medir o desempenho do servidor e como a proposta irá impactar apenas quem ingressar no funcionalismo no futuro.

Ontem à noite, o presidente Bolsonaro confirmou que passará por uma cirurgia para remover um cálculo renal.

Novo marco legal do gás

Outro destaque foi a aprovação do projeto do novo marco legal do gás na Câmara, com 351 votos a favor e 101 contra. O projeto segue para o Senado. O objetivo do projeto é abrir a concorrência no setor e reduzir o preço do gás natural.

De acordo com O Estado de S.Paulo, a mudança pode destravar investimentos de até R$ 43 bilhões e ajudar a reindustrializar o país, ao baratear o preço da energia. O mercado até recentemente era dominado pela Petrobras, que decidiu deixar o ramo de distribuição e vender sua malha de gasodutos e estruturas essenciais.

A expectativa do ministro da Economia, Paulo Guedes, é de que o preço do gás pode cair 40%. Com o projeto, novos investimentos devem garantir maior infraestrutura para transportar, escoar e armazenar gás. Outra mudança é que será adotado um regime de autorizações de gasodutos, em substituição ao atual regime de exploração.

Radar corporativo

No noticiário corporativo, um dos destaques é o início da negociação das novas ações da Pague Menos e da Lavvi após oferta inicial de ações.

A Engie anunciou que o Itaú Unibanco vai comprar 18,56% do capital de uma controlada indireta da companhia, no valor de R$ 500 milhões. O acordo vai viabilizar a implantação de cerca de 1.800 quilômetros de linhas de transmissão nos estados do Pará e Tocantins.

Além disso, a Neoenergia contratou financiamentos de R$ 3,4 bilhões com o BNDES para as distribuidoras do grupo, enquanto a Iguá Saneamento retomou o processo de IPO.

Também chama atenção a renúncia do diretor Administrativo e Financeiro e de Relações com Investidores da Lojas Renner, Laurence Beltrão Gomes, que vai se dedicar a outros projetos.

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