193 mil pessoas podem receber auxílio emergencial extra no Amapá

193 mil pessoas podem receber auxílio emergencial extra no Amapá

novembro 16, 2020 Off Por Today Newsroom

Brazilian currency
(Pollyana Ventura/Getty Images)

A decisão judicial que obriga a União a conceder duas parcelas de auxílio emergencial para as famílias carentes de cidades afetadas pelo apagão no Amapá pode fazer com que o governo tenha de desembolsar cotas adicionais do benefício para cerca de 193 mil pessoas.

Esse é o número de cidadãos elegíveis para receber o auxílio emergencial, criado por causa da pandemia, nos 13 municípios que ficaram sem luz no Estado. Até o pagamento da quinta parcela, já foram pagos R$ 943,9 milhões no benefício a esses moradores. Os dados foram levantados pelo Broadcast Político (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) em plataforma do governo.

Atendendo a pedido formulado pelo líder da Rede no Senado, Randolfe Rodrigues (AP), o juiz federal João Bosco Costa Soares da Silva determinou na última sexta-feira que a União viabilize o pagamento de auxílio emergencial por dois meses, no valor de R$ 600 mensais, especificamente às famílias carentes que moram nessas 13 cidades.

Segundo o magistrado, o governo deve usar os mesmos critérios da lei que criou o benefício emergencial, sancionada em abril, para conceder a ajuda.

Ao Estadão/Broadcast, o magistrado explicou que o valor de R$ 1,2 mil é destinado a cidadãos que já são beneficiários do auxílio. São eles que deverão receber as duas parcelas adicionais. “A questão é social e humanitária”, afirmou Soares da Silva à reportagem, ao ser questionado sobre o impacto orçamentário da decisão.

No despacho, o juiz também disse ser “inquestionável” que a falta de energia no Estado tem ocasionado prejuízos patrimoniais e morais aos amapaenses. “Notadamente (o dinheiro deve ir) à população menos favorecida, diante da completa privação a serviços básicos e essenciais à dignidade humana, como o fornecimento de água potável, energia elétrica, serviços de internet, serviços de saúde, segurança pública, dentre outros, tudo potencializado pelo avanço do contágio da pandemia por coronavírus”, escreveu o juiz.

Reação

A tese encontra resistência na área econômica, no entanto. Como mostrou o Estadão/Broadcast, técnicos não veem respaldo em lei para que a Justiça conceda tal pagamento.

Uma fonte da área econômica defende “cortar pela raiz” qualquer ideia de estender o auxílio e considera que o padrão é a Advocacia-Geral da União (AGU) “recorrer automaticamente” neste caso.

Questionado, o Ministério da Economia afirmou que ainda não recebeu a notificação judicial. “Assim que notificado, analisará o assunto em conjunto com outros órgãos”, informou. Já AGU não se pronunciou sobre o caso.

Na quinta-feira, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), havia pedido ao presidente Jair Bolsonaro e ao ministro da Economia, Paulo Guedes, a prorrogação do auxílio emergencial pago durante a pandemia de covid-19 no Amapá em razão do apagão.

O apelo do presidente do Senado veio após o parlamentar agir para adiar as eleições municipais em Macapá, cidade onde seu irmão e suplente no Senado, Josiel Alcolumbre (DEM), é candidato a prefeito.

Newsletter InfoMoney
Informações, análises e recomendações que valem dinheiro, todos os dias no seu email:

waiting...